O promotor Thiago Faria de Godoy Magalhães, 36, assassinado na manhã desta segunda-feira (14), estava na função de responsável pelo MP em Itaíba (a 344 km do Recife) havia apenas 10 meses. Nesta segunda, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, determinou que três procuradores do MPF (Ministério Público Federal) acompanhem de perto as investigações do assassinato do professor e promotor de Justiça
Ele foi assassinado na manhã desta segunda-feira (14) quando vinha da cidade de Águas Belas, no agreste do estado, para Itaíba. A princípio não há suspeitos do crime, que está sendo investigado. Magalhães também exerceu cumulativamente as funções de promotor de Justiça em Calçado (205 km do Recife) e a 1ª Promotoria Criminal de Garanhuns (232 km do Recife).
O promotor dirigia o veículo na rodovia PE 300 acompanhado da noiva, Mysheva Freire Ferrão Martins, quando outro automóvel se aproximou e atirou pelo menos 20 vezes contra a vítima.
A noiva do promotor teve ferimentos leves ao pular pela janela do carro para fugir dos disparos.
Além de promotor, Thiago também foi autor de livros jurídicos e era professor conhecido em Pernambuco de cursos preparatórios para concurso.
O procurador-geral de Justiça de Pernambuco, Aguinaldo Fenelon, já está em Itaíba e emitiu nota dizendo que Thiago era "um profissional brilhante e competente."
Investigação
Durante a tarde Janot indicou o procurador regional da República da 5ª Região e assessor jurídico constitucional do Gabinete do PGR, Wellington Saraiva, e os procuradores-chefes Francisco Chaves dos Anjos Neto, da Procuradoria Regional da República da 5ª Região, e Rafael Ribeiro Nogueira Filho, do MPF em Pernambuco.
Nota
Também nesta tarde, a Conamp (Associação Nacional dos Membros do Ministério Público) divulgou nota de repúdio ao assassinato do promotor.
Segundo a associação, o crime "afronta o profissional que exerce o seu múnus buscando a justiça, a sociedade destinatária de seus préstimos e o próprio estado democrático de direito."
A entidade ainda exige "celeridade na elucidação do crime e a responsabilização rigorosa de todos os envolvidos" e pede "urgentes medidas no sentido de resguardar a integridade física e a vida dos promotores, procuradores e magistrados, e de seus respectivos familiares, expostos a situações de risco em razão do cargo."
Por fim, a associação diz que casos de ameaças, atentados e assassinatos de integrantes do sistema judicial são comuns. "Essa realidade é inaceitável, principalmente, porque esses profissionais são alvo de organizações criminosas no exercício de sua função constitucional de garantir o cumprimento das leis e a efetividade do estado democrático de direito no país", diz.
Na tarde desta segunda-feira, o governador Eduardo Campos (PSB) convocou uma reunião com integrantes do MP e da polícia para discutir estratégias de elucidação do caso. Delegados do interior e do Recife já foram designados para investigar o caso.