Um grupo de 27 voluntárias fundou um projeto para ajudar mulheres em situação de rua em Teresina. De acordo com as organizados do Girl Up, muitas dessas mulheres não possuem acesso à absorventes de higiene íntima e a iniciativa pretende arrecadar e doar o produto para elas.
De acordo com Amanda Rocha, diretora do Girl Up, é de conhecimento do projeto que cerca de 23% das brasileiras entre 15 e 17 anos não têm condição financeira pra comprar absorventes.
Por conta disso, uma das metas do projeto é fazer com que o assunto se torne uma pauta da higiene básica no Piauí.
"Em nossas buscas, também notamos que o uso de folhas e pedaços de pano como forma de contenção de fluxo. O tema ainda tem muito tabu, cuja o silêncio e a falta de discussão gera danos severos às mulheres, como desvantagens profissionais e problemas de saúde.”, explicou Amanda.
Devido à pandemia da Covid-19, o projeto está evitando fazer recolhimento dos materiais nas ruas. Amanda afirmou que estão recebendo doações em dinheiro, pela conta Pic Pay do projeto.
A diretora afirmou que parte dos materiais terá como destino instituições de assistência social que também abraçam a causa, como a Casa de Zabelê, a Casa Savina Petrilli e para a ordem religiosa católica Carmelo, em Teresina.
"Assim que realizarmos a meta, que são dois pacotes por meninas e mulheres abrigadas nessas instituições, iremos fazer a entrega para mulheres nas ruas. Temos a intenção de cumprir essa missão até o fim do mês de setembro", afirmou.
Projeto de lei
Recentemente, as colaboradoras do projeto redigiram um Projeto de Lei (PL), que propõe educação menstrual nas escolas e distribuição de absorventes gratuitos para mulheres em todo o Piauí.
"Além de colocar o absorvente como item de primeira necessidade e incentivar microempreendedoras que fabricam absorventes, como isenção fiscal desses itens no Estado. O PL está em tramitação na Assembleia Legislativa do Piauí e um abaixo-assinado está em andamento solicitando sua aprovação", relatou Amanda.
Com a aprovação do PL, o Girl Up pretende avançar para outros municípios, como Luís Correira, Picos e Batalha. "Queremos fazer algo que englobe a realidade de mais pessoas", explicou.