Profissionais que dominarem co

Profissionais que dominarem compet�ncias da Ind�stria 4.0 v�o ter mais chances no mercado.

Publicada em 26 de Junho de 2018 �s 07h06

Novas tecnologias, como big data, intelig�ncia artificial e internet das coisas v�o transformar os neg�cios e o mercado de trabalho. A tend�ncia � que atividades repetitivas e insalubres sejam realizadas por m�quinas. Por outro lado, profissionais que dominem as novas tecnologias e tenham compet�ncias socioemocionais – como saber trabalhar em equipe com criatividade e empreededorismo – devem se posicionar melhor no novo mundo que vai mudar completamente.

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A avalia��o � do diretor-geral do Servi�o Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Rafael Lucchesi, nesta entrevista � Ag�ncia CNI de Not�cias. Ele analisa os impactos da quarta revolu��o industrial, tamb�m chamada de Ind�stria 4.0; aponta quais s�o as profiss�es que devem ganhar com as mudan�as e fala sobre o novo formato da Olimp�ada do Conhecimento, que ocorre em Bras�lia, de 5 a 8 de julho.

Em sua 10� edi��o, o evento vai apresentar como ser�o as cidades inteligentes, a educa��o do futuro e como as novas tecnologias podem promover o uso eficiente de recursos, a redu��o dos impactos ambientais e a melhoria da qualidade de vida das pessoas.

AG�NCIA CNI DE NOT�CIAS - O mundo passa pela 4� revolu��o industrial. Quais s�o os impactos dessa transforma��o?

RAFAEL LUCCHESI - Existe um conjunto de novas tecnologias tranformadoras baseado em novas rotas tecnol�gicas como big data, internet das coisas, produ��o integrada e conectada, manufatura avan�ada, ind�stria aditiva e intelig�ncia artificial. H� 200 anos temos mudan�as no paradigma t�cnico-econ�mico, mas eram rotas tecnol�gicas mais simples – m�quina a vapor, motor a combust�o interno e motor el�trico e, mais tarde, as mudan�as baseadas em microeletr�nica e telecomunica��es. T�nhamos uma ou duas rotas t�cnicas e agora temos um conjunto mais complexo. Historicamente, essas transforma��es propiciam mais conforto e qualidade de vida para popula��o.

H� tamb�m uma mudan�a cultural no estilo de vida das pessoas, no emprego e nas rela��es de produ��o. Os pr�ximos dez anos v�o ter um forte de impacto em definir empresas e atores econ�micos que estar�o mais bem posicionados. � claro que pa�ses com pol�ticas p�blicas que est�o estimulando fortemente esses novos vetores tecnol�gicos e reconfigurando a economia mundial v�o ter empresas mais bem sucedidas e com repercuss�o sobre seu territ�rio.

AG�NCIA CNI DE NOT�CIAS - E como o Brasil se posiciona nessa quest�o?

RAFAEL LUCCHESI - H� uma diferen�a enorme entre os US$ 500 bilh�es por ano que os Estados Unidos t�m colocado nesses novos fatores de competitividade para o futuro, a partir de uma agenda de pol�ticas p�blicas, e os cerca de US$ 15 bilh�es a US$ 20 bilh�es que o Brasil tem posto. Ent�o, o pa�s ainda precisa fazer uma a��o forte na agenda de pol�ticas p�blicas nesse campo.

Al�m disso, no s�culo XX, as sociedades avan�aram com estabilidade macroecon�mica, com rela��es de trabalho que se modernizaram, com infraestrutura que prosperou e impulsinou a economia. N�s n�o resolvemos essa agenda e estamos encarando um mundo que se transforma velozmente. Por isso, o Brasil tem um duplo desafio: teremos de ser capazes de solucionar os problemas do s�culo XX que deixamos para tr�s e resolver simultaneamente os problemas da capacidade inovativa. Evidentemente, todo processo de mudan�a cria janelas de oportunidades que s�o importantes.

Est� se abrindo novamente um novo per�odo de mudan�a e as sociedades que v�o melhor capturar isso s�o aquelas com estruturas institucionais mais flex�veis. Os emergentes, normalmente, fazem da sua capacidade adaptativa uma vantagem. O mundo ser� impositivo, o Brasil n�o ser� uma bolha no mundo. O pa�s tem oportunidades, depende de como ele vai se movimentar.

AG�NCIA CNI DE NOT�CIAS - Como o mercado de trabalho deve ser afetado?

RAFAEL LUCCHESI - Primeiro, as novas tecnologias v�o redefinir muito as novas cadeias de valor. Deve haver uma mir�ade de novos neg�cios poss�veis, desde uma geladeira que vai gerenciar as compras de reposi��o do seu consumo dom�stico, passando por ve�culos de condu��o aut�noma, vias inteligentes, assim como uma s�rie de novas possibilidades que as tecnologias v�o prover.

Estudos demonstram que 40% das profiss�es nos Estados Unidos v�o sofrer o impacto das novas tecnologias. A tend�ncia � haver menos rela��es de trabalho permanentes e mais v�nculos tempor�rios, que incorporam um pouco padr�es culturais que os jovens que entram hoje no mercado de trabalho j� buscam voluntariamente. As pessoas v�o ter um processo cont�nuo de aprendizado ao longo de vida. V�o precisar se requalificar permanentemente para adquirir novas compet�ncias. � claro que ainda � cedo, prematuro, afirmar o que vai acontecer, mas s�o tend�ncias que est�o se desenhando.

AG�NCIA CNI DE NOT�CIAS - Quais s�o as profiss�es que devem ganhar mais relev�ncia?

RAFAEL LUCCHESI - No geral, deve haver uma substitui��o forte de atividades de compet�ncias repetitivas. A tend�ncia � que as novas tecnologias sejam poupadoras desse tipo de trabalho e criem novas oportunidades para interpreta��o de dados, criticidade de dados, tomada de decis�es mais avan�adas a partir de intelig�ncia artificial, que v�o propiciar novas formas de ocupa��o.

Ent�o, profiss�es mais transversais, que dialogam mais com essas tecnologias devem ser profiss�es mais valorizadas porque atuam em diversas cadeias e atividades econ�micas, por exemplo, o t�cnico de inform�tica para internet, o t�cnico em tecnologia da informa��o para hardware e softwares, o t�cnico em automa��o, em mecatr�nica, em eletr�nica, entre outros.

AG�NCIA CNI DE NOT�CIAS - As compet�ncias socioemocionais, ou softskills, j� s�o necess�rias no mercado de trabalho hoje. Por que devem ganhar ainda mais import�ncia?

RAFAEL LUCCHESI - De fato, essas compet�ncias sempre foram importantes no mercado de trabalho. As empresas reconhecem no SENAI, por exemplo, uma capacidade, h� d�cadas, de trabalhar com seus alunos as compet�ncias socioemocionais. � comum que outras atividades econ�micas contratem pessoas formadas pelo SENAI e, quando voc� pergunta o motivo, as empresas dizem que � porque a forma��o conta com um conjunto de valores, que podemos chamar de ethos, importantes para os trabalhadores serem mais produtivos. Essas compet�ncias s�o ainda mais importantes porque existe um evolu��o constante da sociedade do conhecimento.

As estruturas empresariais hoje s�o menos verticalizadas, s�o mais horizontais e colaborativas. O processo de intera��o dentro da c�lula de produ��o, das empresas e at� mesmo com clientes e fornecedores s�o cada vez mais importantes para ganhos de produtividade, de efici�ncia e para o processo de aprendizagem, ou seja, para se identificar oportunidades de inova��o e de agrega��o de valor aos produtos. A conex�o dessas compet�ncias de relacionamento, trabalho colaborativo, criatividade, interpreta��o de dados, empreendedorismo com compet�ncias de forma��o, associada a um trabalho em time no qual as pessoas colaboram porque est�o comprometidas com o resultado reverte-se em inventividade, criatividade e o ambiente positivo cria uma cultura organizacional mais favor�vel para a gera��o de riqueza.

Segundo Lucchesi, a fam�lia e os jovens que visitarem a Olimp�ada do Conhecimento v�o se defrontrar com um mundo que se transforma por meio de um conjunto de novas tecnologias e que, evidentemente, vai impactar no futuro de cada um deles

AG�NCIA CNI DE NOT�CIAS - Como o jovem que busca uma profiss�o e o profissional que j� est� no mercado de trabalho podem se adequar melhor a este momento?

RAFAEL LUCCHESI - Minha mensagem para a juventude brasileira � convergir para esse movimento que ocorre no mundo inteiro. Uma recomenda��o seria que as pessoas se informem sobre as novas tecnologias e as novas compet�ncias exigidas pelo mercado de trabalho. A educa��o profissional � uma boa alternativa para essa inser��o profissional.

As profiss�es t�cnicas s�o bem remuneradas, evoluem ao longo do tempo e v�o permitir uma carreira s�lida, est�vel com a possibilidade de prosseguimento dos estudos, por meio de curso superior j� com uma profiss�o definida, seja nas �reas de gradua��o tecnol�gica ou nos cursos de Engenharia. Para quem j� est� no mercado de trabalho, a requalifica��o � algo importante porque as tecnologias v�o estabelecer novos par�metros de exig�ncia para os profissionais.

Aqueles que dominam as compet�ncias v�o ter uma chance muito maior de manter seus v�nculos. � tamb�m uma estrat�gia importante para quem, eventualmente nesta crise, perdeu o emprego. O caminho mais r�pido para a reinser��o no mercado de trabalho � estabelecer conex�o com o futuro, ter o dom�nio dessas novas compet�ncias porque as chances de reinser��o ser�o muito maiores. N�o � � toa que existe uma enorme valoriza��o da educa��o profissional no mundo.

AG�NCIA CNI DE NOT�CIAS - Por que a educa��o profissional tem sido mais valorizada?

RAFAEL LUCCHESI - H� uma tend�ncia no mundo de fortalecer os marcos legais com foco no conceito de compet�ncias e habilidades, e a educa��o profissional propicia �s pessoas justamente dominar as compet�ncias que s�o afirmadas no mundo do trabalho. Isso ocorre na Alemanha, na Finl�ndia, na Europa continental, nos pa�ses asi�ticos, na Am�rica do Norte.

H� uma tend�ncia nos sistemas educacionais do mundo de fortalecer a agenda de educa��o profissional como um modelo de dupla sa�da do sistemas educacionais, especialmente no ensino m�dio. O Brasil tamb�m est� avan�ando nessa quest�o. Foi aprovada a nova lei do ensino m�dio, que inclui a forma��o t�cnica e profissional no curr�culo regular, e tem o papel de convergir o sistema educacional brasileiro para a experi�ncia dos pa�ses mais avan�ados.

AG�NCIA CNI DE NOT�CIAS - Nesta edi��o, a Olimp�ada do Conhecimento vai mostrar como a tecnologia deve impactar a vida nas cidades e a educa��o. Por que o evento tem esse novo formato?

RAFAEL LUCCHESI - Na edi��o passada (em 2016), j� houve uma grande mudan�a na Olimp�ada do Conhecimento, com provas mais curtas, maior intera��o com o p�blico e foi um grande sucesso. Estamos intensificando isso neste ano. Pelas caracter�sticas do calend�rio eleitoral, estamos fazendo um evento de demonstra��o e debate sobre as novas tecnologias da Ind�stria 4.0. As cidades inteligentes abrigam empresas, resid�ncias e as mudan�as tecnol�gicas interferem na vida cotidiana de todos n�s.

Como h� uma grande discuss�o na sociedade, em um ano de elei��o presidencial, fizemos algo mais aberto, mais voltado para o debate na sociedade. O Sistema Ind�stria quer sensibilizar as autoridades para a import�ncia deste novo momento hist�rico. O SESI e o SENAI v�o estar na Olimp�ada como parte afirmativa dessas transforma��es da sociedade, dialogando com os novos vetores tecnol�gicos.

H� um conjunto de novas tecnologias que ir�o transformar o mundo e n�s queremos estimular esse debate na sociedade para que haja uma melhor compreens�o da import�ncia de o Brasil buscar o protagonismo nessa agenda transformadora, baseada em inova��o que vai impactar fortemente na gera��o de riqueza no futuro.

AG�NCIA CNI DE NOT�CIAS - De que forma a Olimp�ada pode inspirar a fam�lia que vai visitar o evento?

RAFAEL LUCCHESI - A fam�lia e os jovens que visitarem a Olimp�ada v�o se defrontrar com um mundo que se transforma por meio de um conjunto de novas tecnologias e que, evidentemente, vai impactar no futuro de cada um deles. Os mais bem sucedidos ser�o aqueles que fizerem um plano de desenvolvimento indidivual que dialogue melhor com esse futuro que vir� r�pido, intenso e transformador. Se as pessoas estiverem dialogando melhor com essas novas tend�ncias e moverem o dom�nio das suas compet�ncias individuais com as compet�ncias que ser�o requeridas no futuro, elas certamente v�o ser mais bem sucedidas.

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Tags: Profissionais - Novas tecnologias

Fonte: FIEPI �|� Publicado por: Da Reda��o

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