Piaui em Pauta

-
-
Procura-se um papa. Conheça o

Procura-se um papa. Conheça o perfil desejável para esse cargo.

Publicada em 19 de Fevereiro de 2013 �s 12h38


 Basta um assunto espetacular e rapidamente os cardeais se congregam para decifrar, opinar e vaticinar. Em um dia, é a violência das armas. Em outro, a Coreia do Norte. Por algumas semanas, será o conclave dos especialistas em Vaticano, na sequência do anúncio da renúncia de Bento XVI. Na língua inglesa, um papa (ok, um cardeal) é John Allen, jornalista e escritor (dois livros sobre Bento XVI).

» Siga-nos no Twitter

Allen, com sua cara de interiorano boa gente (é do Kansas), está em cartaz por seu conhecimento sobre o modus operandi da Igreja, as intrigas palacianas e suas sinalizações sobre quem será o novo papa. Allen leva em conta quatro áreas para guiar o processo decisório (e de votos) no conclave do mês que vem:

1) A realidade global do catolicismo: Bento XVI é eurocêntrico, mas 2/3 dos católicos hoje vivem no hemisfério sul. Na Europa, existe a grave ameaça da secularização. Em outras partes, são ameaças menos espirituais, inclusive de perseguiçoes físicas, além é claro da competição de outras religiões. Para John Allen, se os cardeais escolherem um papa mais antenado com a agenda não-europeia será um sinal de prioridades globais mais acentuadas, de menor importância do norte.

2) Uma Igreja missionária: Entre os cardeais, o consenso é o de que Bento XVI estabeleceu as fundações para a nova evangelização, enraizada na identidade tradicional. Mas o missionário-em-chefe precisará ser menos professoral, embora não necessariamente ao estilo fulgurante de João Paulo II.

3) Administração: não é preciso ser versado nas tramas intramuros do Vaticano para saber que Bento XVI nunca foi grande coisa como administrador. Dito isto, John Allen nunca integrou a ala mais indignada entre os analistas na questão dos abusos sexuais. Ele avalia que para a história o atual papa será lembrado como um reformador. Também na questão dos escândalos financeiros, ele permitiu mais transparência, mas os buracos são fundos e custosos em vários sentidos nas duas questões e o próximo papa precisará ser um CEO mais rigoroso, além de um crítico cultural e moral severo.

4) Perspectiva: John Allen considera Bento XVI como o melhor exemplo do fôlego do Vaticano de pensar não em anos, mas em séculos. Mas estamos na Era do Twitter. Existe uma necessidade de pensar e agir com um pouco menos de placidez e com um maior senso de urgência.

Bem, e o que está adiante? John Allen ressalta que, no mínimo, Bento XVI montou o cenário para que os cardeais tenham alguma margem de manobra no processo decisório. Há espaço para os cardeais tomarem um caminho um pouco mais inesperado do que se imagina (afinal, o próprio papa surpreendeu com o anúncio da renúncia).

Evidentemente, John Allen não se aventura a ser categórico sobre quem será o sucessor de Bento XVI. Mas esta semana, ele começou a publicar perfis dos papabili no site do semanário norte-americano National Catholic Reporter (seu emprego básico).

A série foi inaugurada com o arcebispo de Milão, Angelo Scola. Nas confabulações, é o que existe de mais próximo da “pole position” (expressão de Allen) no conclave. Eu como leigo e laico, rezo muito pela cartilha deste simpático jornalista e escritor que está infatigável nos últimos dias no rádio e na televisão, mas, na fumacinha de especulações, continuo com o cardeal canadense Marc Ouellet.
Tags: Basta um assunto - Procura-se um papa.

Fonte: veja �|� Publicado por: Da Redação
Comente atrav�s do Facebook
Mat�rias Relacionadas
Publicidade FIEPI
Publicidade FSA
Publicidade Assembléia Legislativa (ALEPI)