Um detento morreu na tarde deste domingo (26) após uma fuga seguida de rebelião na Casa de Custódia de Teresina. O preso chegou a ser levado ao Hospital de Urgência de Teresina (HUT), mas não resistiu ao ferimento. Essa é a 11ª morte registrada no sistema prisional do Piauí somente este ano. Detentos de pelo menos quatro pavilhões queimaram colchões e tecidos.
De acordo com o o vice-presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí (Sinpoljuspi), Kleiton Holanda, o clima no local é tenso. Presos fizeram uma espécie de barricada para impedir a ação dos agentes e policiais militares. O tumulto teria começado pelo pavilhão D, cuja capacidade é para 20 presos, mas que atualmente mantinha 160 homens.
"A situação é absurda dentro do presídio. Ainda não temos como saber quantos fugiram. Um deles foi recapturado quando tentava pular o muro da unidade e acabou caindo e quebrando a perna. Esse é um dos feridos que temos por enquanto", falou.
Segundo o capitão Dênio Marinho, diretor da unidade prisional, o motim iniciou por volta das 14h e ainda não há como saber quantos presos conseguiram fugir. Revoltados, familiares dos detentos foram até o presídio em busca de informações.
A direção da Casa de Custódia solicitou reforço do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e ainda do Corpo de Bombeiros.
Caos no presídio
No dia 3 deste mês, o corpo de um detento foi encontrado dentro de uma cela da Casa de Custódia de Teresina. A vítima estava enterrada embaixo de escombros, apenas com o pé do lado de fora e teria sido morta a pedradas, facadas e espancado pelos detentos do pavilhão.
No dia 22 de maio, pelo menos 30 detentos tentaram fugir da unidade cavando um túnel de aproximadamente 30 metros. Mais de cinco tentativas de fuga já foram registradas esse ano no presídio.
A Casa de Custódia tem capacidade para apenas 330 detentos e é uma das unidades com a maior população carcerária do estado, com mais de 980 presos, ou seja, quase o triplo.