A Polícia Civil do Piauí descobriu que o funcionário da empresa de segurança privada ServiSan, alvo de um roubo milionário em Teresina, recebeu R$ 200 mil para ajudar a quadrilha a ter acesso ao cofre onde estava o dinheiro. A informação foi confirma pelo secretário de segurança, Fábio Abreu. O suspeito foi o único preso até o momento por envolvimento no crime.
“Ele disse que recebeu R$ 200 mil, valor que ele denomina como bônus, pelas informações da empresa e participação direta. Estamos trabalhando com as informações que vão chegando e que os investigadores estão conseguindo. Estamos avançando”, disse.
Sobre a informação de que os bandidos monitoraram a família de um inspetor de segurança da empresa refém, o secretário não quis detalhar. “Não podemos falar muitas coisas até porque o caso está sendo investigado. É um caso complexo, mas que a polícia está conseguindo apurar tudo”, falou.
Prisão de um funcionário
O suspeito entrou em contradição quando questionado sobre a sua relação com o grupo que fez a família de um inspetor de segurança da empresa refém. Ele também teria dito estar entre as pessoas que foram sequestradas. O crime ocorreu na manhã do domingo (11).
Fábio Abreu, explicou que o funcionário, que trabalha também como vigia em uma escola, teria colaborado com os assaltantes que levaram R$ 15 milhões da empresa. “Antes ele era só uma testemunha, mas depois com as contradições passou a ser também suspeito”, disse o secretário de segurança. O coordenador da Grecco explicou que o rapaz estava entre as pessoas que foram levadas para um sítio, na zona rural de Teresina, antes do assalto ser efetivado.
O rapaz também trabalha em uma escola da rede estadual, na qual as câmeras de segurança (veja vídeo ao lado) registraram o contato com o grupo responsável pelo assalto, sem resistência por parte do funcionário.
“Teoricamente o primeiro sequestro teria sido desse funcionário, quando o pegaram no colégio que ele trabalha. O rapaz veio prestar um depoimento em um primeiro momento como vítima, relatando o sequestro. Fomos checar cada informação dada e a câmera do colégio mostrou ele entrando espontaneamente no veículo”, disse o delegado Carlos César Camelo, coordenador do Grupo de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Greco).
Segundo o delegado, isso tornou o funcionário um suspeito de colaboração com a quadrilha, além do fato dele ter entrado em contradição várias vezes.
Assalto milionário
Um grupo de 20 homens encapuzados roubou uma empresa de segurança privada de Teresina na manhã desse domingo (11). A empresa estima que mais de R$ 10 milhões foram roubados na ação e que o valor exato ainda está sob apuração.
No domingo o inspetor foi levado pelo grupo sob ameaça à família para a sede da empresa, quando ocorreu o roubo. “Ele veio com a família sob ameaça junto com o grupo encapuzado. Entraram e levaram o dinheiro. Foi de R$ 12 a R$ 15 milhões. Ainda está sendo apurado o valor exato”, afirmou Assis Fortes, presidente do Conselho Administrativo da Servisan, descartando a possibilidade de que o grupo possa ter até 50 pessoas.