O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), defendeu nesta terça-feira (6) a participação dos deputados em uma CPI da Petrobras e apoiou a decisão do presidente do Senado e do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), de instalar uma comissão mista.
"Acho que é o caminho correto para a Câmara e para o Senado. A Câmara quer participar desde o primeiro momento e é uma participação correta, adequada das duas Casas. Acho que o Renan está certo em marcar a sessão do Congresso para amanhã e pedir aos líderes que indiquem os nomes para compor a CPMI", disse Alves, acrescentando que as investigações devem focar apenas na Petrobras. saiba mais Ex-diretor da Petrobras vai à Câmara para explicar compra de refinaria Oposição protocola no STF mandado por CPI exclusiva Leia mais sobre CPI Petrobrás
Pressionado pelo PMDB, Renan cancelou a reunião de líderes prevista para esta tarde em que seriam indicados nomes para uma CPI mista e deve convocar para amanhã sessão do Congresso Nacional amanhã para instalar oficialmente a comissão, a ser integrada deputados e senadores. Inicialmente, a sessão do Congresso aconteceria somente no dia 22 de maio.
A instalação de uma CPI mista contraria o governo, que vê uma CPI exclusiva no Senado como mais fácil de manter sob controle, por ter menos integrantes.
Por outro lado, a medida de Renan também dá mais tempo para o governo, uma vez que, instalada amanhã a comissão mista, só devem ser concluídas na semana que vem as indicações dos membros.
Sob impasse há semanas, a instalação de uma CPI (mista ou exclusiva no Senado) tem sido alvo de intensos debates no Congresso. A oposição quer que sejam investigadas denúncias envolvendo apenas a Petrobras, enquanto a base aliada defende que sejam apuradas também suspeitas de irregularidades em temas sensíveis de partidos adversários do Planalto.
Os oposicionistas chegaram a recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal). Em sua decisão, a ministra Rosa Weber determina a instalação imediata da CPI do Senado para investigar exclusivamente a Petrobras, mas há entendimento de que essa decisão, pelo mesmo princípio, poderia ser aplicada também à comissão mista.