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Os três principais candidatos a presidente atingiram esta semana 2,7 milhões de curtidas no Facebook. No final de maio, eles somavam 2,18 milhões de curtidas. Ou seja: no espaço de 50 dias, até julho, eles ganharam 520 mil novos fãs ou uma média de 10 mil por dia. saiba mais Avanço da Universal tira força de rivais na televisão Presidência se sobrepõe à campanha, garante Dilma Eduardo Campos diz que confiança do mercado no país foi quebrada Aécio diz não ter constrangimento em manter programas sociais do PT Justiça Eleitoral suspende comercial de classificados estrelado por Tiririca Leia mais sobre Eleições 2014
Parece muito, mas não é. Na soma total é menos, por exemplo, do que o candidato Barack Obama atingiu, sozinho, durante sua última campanha eleitoral nos Estados Unidos: 2,4 milhões (atualmente o presidente americano tem mais de 40 milhões de amigos no Facebook). Seu adversário republicano, John McCain, ficou na marca dos 600 mil fãs.
Os candidatos no Brasil não atingiram, juntos, o que somam personalidades como o cantor Roberto Carlos (4,4 milhões) ou Pelé (3,6 milhões). Se a eleição fosse decidida em cliques, Eduardo Camposficaria, no ranking de hoje, em primeiro (985 mil curtidas), seguido por Aécio (947 mil) e Dilma (763 mil).
Seja como for, os números sugerem que a atenção aos candidatos nas redes vem crescendo.
Aécio Neves reúne 947 mil curtidas (Foto: Reuters)
O interesse (embora modesto) pelos presidenciáveis na internet também registrou uma tendência de crescimento em eleições passadas, conforme o dia do voto se aproximava. Na de 2006, por exemplo, quando foram para o segundo turno Geraldo Alckmin e Lula, o número de integrantes nas comunidades do Orkut (o “face” daquela época) relacionadas aos dois candidatos praticamente dobrou ao longo da campanha, passando de 798 mil em agosto daquele ano para 1,5 milhão no dia do segundo turno, conforme o livro “A mídia nas eleições de 2006”.
De toda forma, analistas em geral concordam que as mídias sociais serão importantes nas eleições de 2014. Segundo dados do Ibope Media, 105 milhões de brasileiros – metade da população -- tem acesso à internet. Os noticiários de canais de TV, tão importantes no passado, apresentam uma tendência de queda na audiência, que migra para as redes sociais ou para a web em geral.
Todos os candidatos têm equipes que cuidam das redes sociais. A preocupação com elas é enorme.
Não apenas porque a rede tem uma enorme capacidade de difusão (rápida) de informações. Mas o seu uso permitiu aos políticos em geral (bem como a celebridades, empresas, grupos de interesse) terem maior controle sobre o tipo de informação que é difundida. Fotos preparadas no photoshop, bem cuidados vídeos de marketing, mensagens filtradas por grupos qualitativos de pesquisas, passam a circular na rede e dela saltam para os canais de TV (ainda a principal fonte de informação da população brasileira), jornais e revistas.
Terceiro colocado nas pesquisas, Eduardo Campos ganha em cliques (Foto: Reuters)Quantos jornais não usam fotografias com o crédito de “divulgação” ou quantas TVs não bebem da internet o seu conteúdo, reproduzindo, por exemplo, longos textos publicados no Facebook ou Twitter?
Se as redes sociais parecem oferecer ao eleitor um maior acesso à informação, elas possibilitam aos candidatos um maior poder de fogo de veicular suas mensagens de acordo com planejamentos que lhes favorecem.
Por outro lado, é certo também que a notícia ruim – quando há um erro ou deslize do candidato – também se espalha com rapidez (para não falar de perfis falsos e outros truques baixos que produzem grandes estragos).
Diz o senso comum que tanto na guerra como na eleição a primeira vítima é a informação. Acho que a internet colocou o dilema (verdades x mentiras) em patamares mais complexos.