Em uma reunião feita na tarde desta quinta (01), na Prefeitura de Teresina, o procurador geral do município, José Wilson, o secretário de governo, Paulo Vilarinho, a superintendente da Strans, Alzenir Porto, e 11 representantes dos estudantes discutiram alternativas para encerrar as manifestações contra o aumento da passagem na capital.
A Prefeitura apresentou dados da utilização do transporte coletivo na capital e mostrou que o valor atual existe com a taxa de 36% de estudantes no sistema. No mesmo estudo foram apresentadas fotos de pessoas que emprestam seus passes para outros que não são estudantes. Um relatório de apenas um dia em apenas uma linha de ônibus mostrou que o mesmo passe foi utilizado dezenas de vezes por quatro pessoas diferentes.
Alzenir Porto, superintendente da Strans, informou que se houver racionalização do passe e alinhar a utilização estudantil a 15% do sistema mais 10% de gratuidade é possível reduzir o valor da passagem para R$ 1,80. “Essa é uma das alternativas para reduzirmos o valor da passagem. Temos dados e fotos que comprovam a utilização ilegal do passe estudantil e esse é um dos fatores que majoram o valor da passagem”, disse Alzenir.
O secretário de governo, Paulo Vilarinho, ofereceu aos estudantes a criação de uma comissão técnica indicada pelos próprios manifestantes para fazer auditoria nos custos da planilha que define o valor da passagem. “Estamos dispostos a abrir uma comissão para fazer uma auditoria minuciosa e que esta comissão seja formada por membros dos estudantes ou indicados por ele. Garanto que o valor que for definido pela auditoria será decretado. O prefeito autorizou isso”, propôs o secretário.
Cássio Borges, estudante de História da UFPI, disse que a manifestação ganhou uma proporção incontrolável e que, como líder estudantil, não se responsabilizaria pela possível “barbárie” que poderia acontecer. “Não queremos saber de auditoria ou uso irracional dos passes. Queremos que baixem a passagem. Essa é a nossa única e exclusiva proposta se isso não ocorrer a cidade sofrerá e a culpa será toda de vocês”, disse enfático.
O assessor jurídico da Strans, Mário Andretti, explicou que a prefeitura já vem discutindo o aumento das passagens há quatro meses. Ele citou que nos últimos 10 anos já fizeram aumentos de 27%, 25% e 17% e que o reajuste concedido pela prefeitura é um dos menores da última década. Mesmo sem acordo a Prefeitura dá andamento ao processo de auditoria nos transportes e na fiscalização, além da racionalização dos cartões de meia passagem e passe livre.