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PPS pedirá que CPI mista apure suposto favorecimento a depoentes

Publicada em 04 de Agosto de 2014 �s 14h43


O líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), afirmou nesta segunda-feira (4) que protocolará na CPI mista que apura denúncias sobre a Petrobras requerimento para que seja investigado o suposto "favorecimento" a ex-dirigentes da estatal convocados para prestar esclarecimentos na CPI exclusiva do Senado. A medida ocorre após a revista "Veja" revelar neste fim de semana que perguntas dirigidas aos depoentes foram passadas a eles com antecedência. De acordo com a revista, a atual presidente da estatal, Graça Foster, o ex-presidente Sérgio Gabrielli e o ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró teriam obtido acesso às perguntas antes de ir à comissão do Senado. O requerimento do líder do PPS, que deve ser apresentado ainda nesta segunda, solicita que todos os funcionários da Petrobras, assessores do Senado e da Secretaria de Relações Institucionais envolvidos na denúncia sejam convocados a prestar depoimento sobre o caso na CPI mista. O documento também pede nova ida ao Congresso das autoridades que teriam sido beneficiadas com as perguntas. O documento deve incluir, ainda, pedido para que, caso algum senador seja identificado como suspeito de envolvimento no caso, seja substituído na comissão por outro parlamentar. Rubens Bueno, que é membro da CPI mista, disse não considerar, por enquanto, a possibilidade de a comissão destituir o senador José Pimentel (PT-CE) do cargo de relator. Segundo a reportagem, assessor de Pimentel teria sido responsável por repassar as perguntas a Gabrielli. Bueno quer que o presidente da CPI mista, Vitar do Rêgo (PMDB-PB), assuma as investigações sobre a suposta fraude. “Não cheguei a pensar na possibilidade de pedir destituição [do Pimentel]. Se houver qualquer tipo de suspeição, é possível pedir. Mas acredito que o presidente [da CPI mista, senador Vital do Rêgo] deve tomar essa providência”, disse Bueno. Em nota divulgada à imprensa, Vital do Rêgo disse estar "surpreendido" com "denúncias sobre informações privilegiadas passadas a depoentes". "O presidente entende que qualquer favorecimento que possa levar à mitigação do poder investigatório é prejudicial ao trabalho desenvolvido pelo colegiado. Por isso e ante à necessidade de apurar responsabilidades sobre o material veiculado, além de possíveis infringências legais, solicitará ao Diretor-Geral do Senado a instauração de sindicância para o necessário esclarecimento dos fatos, sem prejuízo ao desenvolvimento dos trabalhos da comissão", diz o texto da nota. "Gabarito" a Gabrielli A reportagem de "Veja" diz que o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli teve acesso antecipado a um "gabarito" – documento com perguntas e respostas, que, segundo a revista, também teria sido repassado à atual presidente da Petrobras, Graça Foster. A revista não identifica quais são perguntas ou o conteúdo das respostas. A publicação afirma ter tido acesso a um vídeo com 20 minutos de duração no qual aparecem o chefe do escritório da estatal em Brasília, José Eduardo Barrocas, o advogado da empresa Bruno Ferreira e uma terceira pessoa não identificada conversando sobre as perguntas que seriam formuladas, sobre quem as elaborou e sobre quem deveria recebê-las. Segundo a revista, Barrocas diz a Ferreira que as perguntas enviadas a Cerveró, que depôs no dia 22 de maio, foram elaboradas por um assessor do líder do governo no Senado, um assessor da liderança do PT no Senado e um servidor da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República. Neste domingo (3), a Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República negou que tenha elaborado perguntas dirigidas por senadores a depoentes na CPI da Petrobras do Senado. Em nota, disse também que o servidor Paulo Argenta, lotado no órgão, garantiu que jamais "preparou questões que seriam realizadas durante os depoimentos na referida CPI". A CPI foi aberta em maio no Senado para investigar as suspeitas de superfaturamento na compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), em 2006, pela Petrobras, ao custo de US$ 1,3 bilhão, e as denúncias de que houve desvio de recursos na construção da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco. Depois, foi instalada também uma CPI mista. A Petrobras afirmou que só vai se pronunciar sobre o caso após avaliar as informações publicadas na revista. A assessoria da liderança do PT no Senado disse que os assessores não vão se manifestar sobre a reportagem.

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Fonte: Vooz �|� Publicado por:
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