O caso da estudante, Fernanda Lages Veras, 19 anos, encontrada morta no prédio do Ministério Público Federal completa hoje 51 dias. O Ministério Público através dos promotores, Eliardo Cabral e Ubiraci Rocha defendem a tese de homicídio e afirmam que um suposto culpado será revelo em poucos dias. Em contrapartida, a Comissão Investigadora do Crime Organizado (CICO) tem mantido a posição de cautela e prefere aguardar o término das investigações para emitir opinião concreta sobre a morte da estudante.
Sobre o caso o deputado estadual e ex-secretário de Segurança, Robert Rios (PC do B) disse que as pessoas têm o direito de interpretar o que é dito na mídia da forma que quiserem. Porém, destaca que não sendo uma opinião técnica toda idéia emitida é considerada ordinária.
“Eu não estou acompanhando o caso. A ciência vai refutar tudo quanto é idéia ordinária. A perícia é um dado técnico extremamente relevante e que precisa ser identificado. Muitas pessoas estão falando várias coisas. Se pegar as fotos do corpo no chão você percebe que o sangue escorreu, ou seja, o sangue coagula muito rápido e se ela tivesse sido morta antes de cair do prédio quando o corpo chegasse ao chão o sangue não escorreria mais, porque já estaria coagulado. Estou citando esse exemplo pelo fato de até hoje ter gente que questiona se a moça morreu realmente lá. Por isso, prefiro que os dados técnicos mostrem o que aconteceu naquele dia para não ficar emitindo julgamento errado”, ponderou.
O parlamentar destacou que a o caso de Fernanda Lages está tendo mais repercussão do que o da morte do jornalista Donizete Adalto e da estudante Talyne Teles e atribuiu esse fato a mídia que segundo ele, tira proveito ganhando audiência.
“O caso Fernanda, é um caso de mídia. Enquanto a mídia cobrir, alimenta o interesse da população. A morte dessa estudante desperta interesse, porque era uma garota bonita, de família, tinha um carro, foi encontrada morta num prédio federal. Então, tudo isso da audiência. Funciona como se fosse uma novela, todo dia a mídia tem que inventar um capítulo diferente, com isso a população vai fazendo pré-julgamentos. O caso da Fernanda está tendo mais repercussão do que o da morte do Donizete Adalto e da Talyne Teles, porque os indícios não são tão evidentes”, comparou.
Ministério Público
Robert Rios disse ainda que acha salutar essa discordância entre o MP e a polícia porque para ele, o trabalho de investigação deve ficar mais completo. Entretanto, destacou que se os promotores (Eliardo Cabral e Ubiraci Rocha) sabem quem é os culpado deveria declarar o nome e evitar que inocentes fossem presos.
“Essa discordância entre o MP e a polícia acho salutar, porque deve sair uma investigação mais bem feita, mais rica em detalhes. Agora, acho também, se alguém vai para os meios de comunicação falar que já tem um culpado, que esse mora numa mansão, que tem vertente econômica e política e que o caso foi de queima de arquivo, então, o porque não falam logo quem é esse culpado ao invés de deixarem quatro inocentes irem para cadeia? Porque deixaram os quatro vigias serem presos já que nesse caso eles não seriam culpados? Sinceramente eu não entendo”, questionou.