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Polonesa bota Pistorius no bolso e diz: "Deficiência não é fim do mundo"

Publicada em 31 de Agosto de 2012 �s 11h32


Natalia Partyka enm ação nas Olimpíadas deste ano Natalia Partyka enm ação nas Olimpíadas deste ano O nome, sem maiores explicações, pode não representar muito sem aquela habitual pesquisa pela internet: Natalia Partyka. Provavelmente, nem mesmo a dica de que se trata de uma atleta paralímpica ajudaria muito. Ao contrário, por exemplo, da imponente “marca” Oscar Pistorius. Pois é, mas nem mesmo o sul-africano foi capaz de quebrar tantas barreiras como essa mesatenista polonesa. Com apenas 23 anos, ela busca em Londres o terceiro ouro em Paralimpíadas, na classe 10. Conquista até certo ponto iminente para quem bate no peito e se orgulha de ter no currículo duas participações nos Jogos Olímpicos. Imagem: Agência APNatalia Partyka enm ação nas Olimpíadas deste ano Campeã paralímpica em Atenas-2004 e Pequim-2008 (além de ter disputado Sydney-2000 com apenas 11 anos), Natalia pegou carona no “efeito Pistorius” e abriu os olhos do mundo ao chegar a terceira fase do torneio de simples das Olimpíadas de Londres. Na China, quatro anos antes, entretanto, a polonesa já tinha realizado a façanha de competir entre os convencionais. Já na Inglaterra, ela faz história ao repetir uma marca até então só alcançada pela americana Marla Runyan, deficiente visual que disputou os 1.500m metros entre olímpicos em Sydney-2000 e Atenas-2004. - Eu sou uma grande prova de que nada é impossível. Nada. Se você for deficiente ou não, você é capaz de fazer tudo que quiser. Talvez, algumas pessoas vão ter que trabalhar mais duro do que outras, mas uma deficiência não é o fim do mundo – declarou Partyka, que nasceu sem parte do braço direito. Favorita absoluta ao tri paralímpico, a polonesa, no entanto, garante não ter problemas com o assédio maior em cima de Pistorius. Apesar de admitir não saber o porquê da diferença de tratamento, ela sorri e garante se preocupar somente com seu jogo. Postura talvez de quem saiba que em quatro anos se tornará a primeira pessoa com deficiência a disputar três Olimpíadas. Mesmo que isso signifique dar um tempo no movimento de origem. - O mais importante para mim é voltar a participar das Olimpíadas. Já ganhei duas vezes as Paralimpíadas, estou buscando a terceira... Lógico que quero jogar e vencer mais uma vez, mas não tenho mais uma grande motivação como ainda tenho para os Jogos Olímpicos. Depois de vencer com facilidade (como de costume) a turca Umran Ertis em sua “reestreia” em Londres, Natalia Partyka deu entrevista exclusiva e cheia de personalidade. Consciente, a mesatenista admitiu ser, sim, um dos grandes nomes das Paralimpíadas, confessou também ser a grande favorita na luta por mais um ouro e relembrou o momento mais marcante de sua participação olímpica. Confira abaixo todo bate-papo: Qual o sentimento de voltar a este local após disputar as Olimpíadas? É muito legal voltar aqui. Principalmente por já saber como tudo funciona. Conheço a mesa em que vou jogar, a atmosfera, e isso tudo me ajuda bastante. Tenho boas lembranças das Olimpíadas. Poder voltar e jogar aqui novamente é uma felicidade. O que vem a sua mente quando pisa novamente no Excel? Quais as principais lembranças? Lembro que fiquei muito surpresa com meu primeiro jogo. Foi a última partida do dia e tinha muita, muita gente. Foi muito tarde, no fim da noite, e ainda começou com atraso. Sinceramente, achei que ia jogar para poucos e 90% do público esperaram e ainda torceu por mim. Foi incrível. Eu realmente não esperava. Normalmente, competições de tênis de mesa são vistas por 10, 20 pessoas, mas nas Olimpíadas estava lotado. Nossa, foi incrível. Imagem: ReutersMesmo sendo favorita destacada, Partyka não perde o foco nas Paralimpíadas Você já parou para pensar que você e Oscar Pistorius são as maiores estrelas dessas Paralimpíadas? Eu sei disso, mas procuro não pensar muito. Eu só quero jogar o melhor que eu posso. Tento manter o foco nisso. Quando começo a jogar, nada mais importa. Nem sei como explicar. Lógico que isso é legal, mas é normal para mim. Só penso em jogar. Na Vila Paralímpica, no convívio, alguma coisa mudou desde Pequim, quando você começou a jogar as duas competições? Pedem para tirar fotos, há assédio? Não, não. Há muitos grandes atletas. Provavelmente, eles me reconhecem, mas sou como todos. Você conseguiria explicar o motivo de tanta gente falar e valorizar o feito de Pistorius e te deixar um pouco “escondida”? Não. Não sei (risos). Talvez por ele ser do atletismo, que é mais popular que o tênis de mesa. Ou então por tentar ir para Pequim e não terem deixado. Ah, não sei... E você se sente incomodada por não dividir as manchetes? Tanto faz. Óbvio que seria legal, mas não é algo que faça a diferença para mim. O mais importante é jogar cada vez melhor. É com isso que eu me preocupo. Por tudo que você já realizou, a expectativa é de que ganhe o ouro aqui, até com certa facilidade. Isso te traz mais confiança ou pressão? Para ser sincera, muito mais pressão. Definitivamente, não é fácil. Todo mundo acha que eu vou vencer fácil, mas isso é apenas tênis de mesa. Tudo pode acontecer. Não é mole jogar quando você sabe que todo mundo está olhando para você e espera apenas o ouro. Lógico que é o que eu busco, mas tenho que me preocupar em manter focada para que isso não me atrapalhe. Depois de disputar duas Olimpíadas e já ser bicampeã paralímpica, qual a mensagem que você acha que já deixou para o esporte em geral? Eu sou uma grande prova de que nada é impossível. Nada. Se você for deficiente ou não, você é capaz de fazer tudo que quiser. Talvez, algumas pessoas vão ter que trabalhar mais duro do que outras, mas uma deficiência não é o fim do mundo. No Rio-2016, você pensa em voltar disputar as duas competições? Eu gostaria muito. Lógico. Bem, o mais importante para mim é voltar a participar das Olimpíadas. Já ganhei duas vezes as Paralimpíadas, estou em minha terceira... Lógico que quero jogar e vencer mais uma vez, mas não tenho mais uma grande motivação como ainda tenho para os Jogos Olímpicos. Ainda não conquistei tanto como aqui. Mas tudo bem, eu quero os dois. Isso quer dizer que uma vaga olímpica pode te fazer abrir mão das Paralimpíadas? Eu me classifiquei para Londres e não desisti, mas...ah....vamos esperar e ver. Acho que vou querer disputar os dois.

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Fonte: Vooz �|� Publicado por:
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