Os agentes da Polícia Civil do Piauí deflagram nesta segunda-feira (14) o movimento 'Polícia Padrão' nas delegacias de todo o estado. De acordo com o Sindicato dos Policiais (Sinpolpi) a mobilização que abrange todo o estado pede melhorias nas condições de trabalho e o cumprimento de acordos já realizados com o governo, como gratificações.
De acordo com o presidente do Sinpolpi, Constantino Júnior, os policiais que aderiram ao movimento 'Polícia Padrão' alegam que não vão mais trabalhar sem coletes de proteção e farão diligências somente com a presença do delegado. Ele contou ainda que os mandados de busca e apreensão bem como mandados de prisão, que em sua maioria são feitos pelos agentes, também deixaram de ser realizados.
"É uma discriminação o que o governo do estado vem implementando, principalmente aos policiais de chefia nas delegacias de bairros, que são as delegacias que recebem a maior demanda da sociedade. Ou seja, são os companheiros que estão na chefia de plantão, de cartório e de investigação que não recebem mais gratificações. Em contrapartida, policiais que trabalham nas delegacias especializadas e nas gerências que funcionam na sede da delegacia geral recebem normalmente as suas gratificações”, contou.
Ainda segundo Constantino, menos de 3% dos Boletins de Ocorrências registrados nas delegacias do Piauí viram inquéritos policiais.
Ele falou ainda que os agentes policiais trabalham em condições adversas, sem efetivo, sem estrutura para investigação e ainda não recebem o reconhecimento do estado. A orientação é apenas cumprir ordem de missão com instauração de inquérito dos crimes de ação pública incondicionada.
No dia 9 de setembro, policiais civis do Piauí realizaram uma assembleia, em frente à secretaria de segurança pública, para discutir e exigir direitos dos agentes em exercício das atividades de chefia na capital e no interior do estado.
Resposta
Em nota, a Secretaria de Segurança informou que realiza um estudo para fazer o pagamento das gratificações por chefia a partir da produtividade, uma forma que o órgão considera mais justa de contemplar policiais civis.
Ainda segundo a Secretaria de Segurança, algumas exigências devem ser cumpridas para que os policiais recebam a gratificação: atender bem à população, concluir investigações e reduzir o índice de criminalidade em suas regiões. Quanto aos concursados, o secretaria informou ainda que tem previsão de nomear os aprovados em janeiro do próximo ano. Porém, aguarda análise da equipe econômica no sentido de iniciar as nomeações ainda em outubro.