Nesta terça-feira (8) o ex-soldado da Polícia Militar do Piauí Aldo Luís Barbosa Dornel e o cabo Francisco Venício Alves foram ouvidos na audiência de instrução para decidir se eles serão julgados pelo Tribunal do Júri pela morte de Emily Caetano, assassinada a tiros em uma abordagem da PM em dezembro de 2017 em Teresina. A audiência foi iniciada em 10 de abril, mas foi suspensa pela falta de uma testemunha que ia depor.
Carro onde estava a família foi alvejado várias vezes por soldado da PM. (Foto: Piauí TV 1º Edição)
A audiência aconteceu no Fórum Criminal do Tribunal de Justiça do Piauí e foi presidida pelo juiz Antônio Nollêto que ao final informou que as alegações finais devem ser feitas por escrito por acusação e defesa em um prazo de 12 dias. Após este prazo o juiz vai analisar e decidir se os acusados vão ou não a júri popular.
"Depois do prazo o processo será concluso para o juiz para ele decidir se pronuncia ou não os dois réus pelos crimes a eles imputados, cada um com a sua responsabilidade", disse o promotor João Paulo Santiago Sales.
O vigia da concessionária, testemunha ausente na primeira parte da audiência, confirmou nesta terça-feira que viu os policiais militares recolhendo projéteis após os disparos feitos no dia 26 de dezembro de 2017, contra o carro em que estava a menina Emily Caetano e a família. A testemunha não falou com a imprensa depois de prestar depoimento ao juiz.
Aldo Dornel e Francisco Venício Alves também prestaram depoimento após a retomada da audiência de instrução. O ex-soldado Aldo Dornel negou participação no crime e disse que não atirou no carro em que estava a família alegando que o tiro pode ter partido de uma terceira pessoa. Já o cabo Francisco Venício confirmou que os tiros foram disparados por Dornel.
O advogado do ex-soldado, Wagner Martins, questionou a perícia feita no local. "A prova é a bala, que a polícia científica do estado do Piauí, não fez a colheita. A polícia científica do estado do Piauí não isolou a área", afirmou.
Aldo Dornel foi indiciado por fraude processual, homicídio qualificado e tentativa de homicídio, enquanto o cabo Francisco Venício foi indiciado por fraude processual, por ter tentado alterar a cena do crime.
Crime
Emilly foi assassinada com dois tiros nas costas durante uma abordagem de policiais do 5º Batalhão da Polícia Militar na noite de Natal. Os pais da menina também foram atingidos, mas sobreviveram. O pai perdeu a audição de um dos ouvidos.
A garota chegou a ser socorrida e encaminhada ao Hospital de Urgência de Teresina (HUT), mas não resistiu aos ferimentos. Depois de efetuar os disparos, os policiais recolheram as cápsulas de bala, tentando modificar a cena do crime.
O soldado Aldo, apontado como autor dos tiros que mataram Emily, continua preso, ele foi denunciado por homicídio qualificado, tentativa de homicídio e fraude processual, por ter reconhecido as cápsulas. Já o cabo Francisco Vinícius está em liberdade e foi indiciado pelo crime de fraude processual.
TERESINA