O delegado geral da Polícia Civil do Piauí, Riedel Batista, confirmou que as investigações sobre o falso gabarito para o concurso da Polícia Militar do Piauí (PM-PI) continuam. A apuração será realizada em conjunto com a da prisão dos 15 candidatos suspeitos de tentar fraudar o certame. As provas do certame para o preenchimento de 400 vagas foram realizadas nesse domingo (9).
"O concurso transcorre normalmente, tanto que a Nucepe (Núcleo de Concursos e Promoção de Eventos) divulgou nesta segunda-feira (10) o gabarito oficial. A polícia do Piauí vai continuar trabalhando para coibir fraudes em concursos, até porque teremos em breve um certame da Polícia Civil e só queremos entre os aprovados os melhores, aqueles que estudaram para isso", disse Riedel.
Segundo informações do Nucepe, o concurso teve mais de 32 mil inscritos. Durante a realização das provas 15 candidatos foram presos. Em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (10) o delegado Kleydson Ferreira, do Greco, afirmou que investigados portavam celular, o que era proibido no edital.
Todos os presos foram autuados em flagrante por tentativa de fraudar o concurso. Destes, sete permanecem detidos e participam de audiência de custódia nesta segunda-feira, podendo ser liberados nas próximas horas. Eles fariam parte de um esquema de fraude e foram autuados por associação criminosa.
Para o coordenador do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco), Willame Moraes, os candidatos presos na reaplicação da prova do concurso da Polícia Militar do Piauí utilizavam meios ilegais para conseguir aprovação e assim ter uma vida estável. Ele destacou que o caso de todos os suspeitos serem de outros estados deve ser analisado.
"A partir do momento das prisões e das tentativas de fraudes vamos analisar cada caso, que pode levar a outras pessoas, como aquelas que repassaram as respostas. Os candidatos presos portando celulares receberiam o gabarito, mas ao confrontar com o oficial, verificamos que mais 80% das questões não correspondem. Quero tranquilizar os concurseiros, que as próximas etapas do concurso seguem normalmente. A maioria confessou o delito e confirmou que pagaria pelo gabarito", falou.
Fraude
Na sexta-feira (7), um candidato foi preso suspeito de vender questões de português da primeira prova, anulada após a prisão de 12 pessoas suspeitas de tentativa de fraude. Segundo o delegado Kleydson Ferreira, ele disse ter recebido as questões por WhatsApp e que não sabe quem vazou a prova.
Na primeira aplicação da prova, o Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco) prendeu dois candidatos flagrados com cinco questões da prova de português. Confirmadas as suspeitas, os envolvidos no esquema responderão por fraude ao certame de interesse público. Enquanto os outros candidatos estavam com celulares ou gabaritos que não foram comprovados como oficiais.
Para a reaplicação da primeira etapa, a Universidade Federal de Pernambuco foi escolhida para a elaboração e impressão das questões objetivas da nova prova.
TERESINA