Ex-presidente francês Sarkozy.
Agentes da polícia fizeram buscas na casa e nos escritórios do ex-presidente da França Nicolas Sarkozy, segundo informaram autoridades locais nesta terça-feira.
O juiz Jean-Michel Gentil e outros investigadores da área de crimes financeiros realizaram as buscas, revelou inicialmente o jornal "Le Monde".
As operações foram feitas no âmbito das investigações sobre o financiamento ilícito da campanha presidencial de Sarkozy em 2007, envolvendo a herdeira multimilionária Lilliane Bettencourt, da gigante do setor de cosméticos L'Oreal.
Os investigadores apuram se recursos vindos de contas em bancos suíços foram usados para financiar ilicitamente a campanha.
Em um dos episódios mais controversos, o ex-gestor da fortuna de Bettencourt, Patrice de Maistre, teria realizado saques em dinheiro de ao menos € 800 mil (cerca de US$ 1 milhão) nos meses anteriores à vitória de Sarkozy.
À época, De Maistre tinha relações com o tesoureiro do partido UMP (União por um Movimento Popular) --da qual Sarkozy fazia parte na época--, o ex-ministro do Trabalho Eric Woerth.
IMUNIDADE JUDICIAL
Problemas legais em potencial ameaçam Sarkozy desde que ele deixou a Presidência, após ser derrotado pelo socialista François Hollande nas eleições de maio deste ano. Ele perdeu sua imunidade judicial em 15 de junho, mas nega ter cometido qualquer crime.
Um livro lançado no ano passado indica que Sarkozy teria recebido pessoalmente fundos de campanha não declarados. Ele nega as acusações.
O caso também gerou polêmica em torno da liberdade de imprensa na França.
O jornal "Le Monde" fez uma queixa acusando o escritório de Sarkozy de usar serviços de inteligência para identificar uma fonte que passou informações sobre a investigação ao jornal. O escritório negou as acusações na época.