Publicada em 16 de Maio de 2014 �s 15h20
Familiar se desespera ao ver vítima resgatada da mina que explodiu em Soma
A polícia turca usou canhões d"água, bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha nesta sexta-feira para dispersar cerca de 10 mil manifestantes na cidade de Soma, onde cerca de 300 pessoas morreram esta semana no pior desastre registado até hoje no setor de mineração da Turquia, disse uma testemunha da Reuters.
Segundo a AFP, pouco antes da ação policial, o grupo de manifestantes se negou a deixar o local, apesar do pedido da polícia. As pessoas gritavam frases como "Fora governo" e "Não durma Soma, não esqueça seus mineiros".
As pessoas se dispersaram por ruas laterais enquanto a polícia intervinha em vias comerciais repletas de lojas e bancos, bem como repartições do governo local e sindicatos. Em resposta ao ataque, os manifestantes atiraram pedras nos policiais. Ao menos cinco pessoas, incluindo dois policiais, ficaram feridas.
Imagem: Reprodução/APFamiliar se desespera ao ver vítima resgatada da mina que explodiu em Soma
À medida que a dimensão do desastre ficou evidente, a revolta se espalhou pela Turquia e os manifestantes se voltaram em parte contra os proprietários da mina, acusados de priorizar o lucro sobre a segurança, e em parte contra o primeiro-ministro Tayyip Erdogan, tido como muito chegado aos magnatas do setor e negligente na imposição das normas legais.
"Nenhum carvão pode aquecer os filhos dos pais que morreram na mina", dizia um cartaz manuscrito no meio da multidão, que tentava chegar até uma estátua que homenageia os mineiros, no centro da cidade, quando foi bloqueada pela polícia.
Um incêndio espalhou em poucos minutos monóxido de carbono pela mina de carvão na terça-feira, mas as causas exatas do desastre ainda permanecem obscuras, segundo informou nesta sexta-feira o operador da mina.
A maioria dos 787 mineiros tinha máscaras de oxigênio, mas a fumaça e o gás se espalharam tão rapidamente que muitos não conseguiram escapar. Foram confirmados 284 mortos e 18 desaparecidos, que ainda estariam soterrados.
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