Em entrevista, Obama disse que não havia justificativa para a polícia de usar força excessiva contra manifestantes pacíficos.
A polícia do Estado de Missouri irá assumir o controle de segurança da cidade de Ferguson, nos Estados Unidos, depois de seguidas noites de violência, disse o governador. Nas últimas quatro noites, a polícia local entrou em confronto com manifestantes revoltados com o assassinato por um policial do adolescente negro Michael Brown.
Imagem: Reprodução/ReutersEm entrevista, Obama disse que não havia justificativa para a polícia de usar força excessiva contra manifestantes pacíficos.
Diante dos confrontos, o governador Jay Nixon anunciou que a polícia estadual iria intervir. O presidente Barack Obama pediu à polícia para não usar "força excessiva". Segundo o governo, as cenas dos distúrbios dos últimos dias se assemelhavam a uma "zona de guerra". "Nós teremos que recuperar a confiança", disse. O capital da polícia do Estado de Missouri Ron Johnson chefiará o policiamento, disse Nixon.
Tensão
A tensão em Ferguson foi provocada pela morte de Michael Brown, de 18 anos, na tarde de sábado, por um policial. Os detalhes sobre o incidente foram contestados pela polícia, mas testemunhas disseram que o adolescente estava desarmado e com os braços erguidos quando foi baleado várias vezes por um policial. A versão da polícia é diferente. A instituição disse que houve luta e que o policial sofreu ferimentos faciais.
As autoridades ainda não divulgaram o nome do policial, dizendo que estavam preocupados que a vida dele e da família pudesse estar em perigo.
Essa decisão provocou a ira da comunidade negra de Ferguson e destacou o desequilíbrio racial entre a população e a polícia. Os negros são 67% da população da cidade, enquanto 94% dos polícias são brancos.
Na quarta-feira à noite, a cidade viveu mais um dia de protestos violentos. A polícia local disparou gás lacrimogêneo contra os manifestantes, que ignoraram uma ordem para dispersar. Várias pessoas foram presas, entre elas dois jornalistas que disseram terem sido agredidos antes de serem liberados.
Em entrevista, Obama disse que não havia "justificativa" para a polícia de usar força excessiva contra manifestantes pacíficos. Obama também reconheceu a que a polícia enfrentou violência policial e atitudes criminosas desde a morte de Brown.
O presidente ameriano prometeu uma investigação completa pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos sobre a morte do adolescente, e o FBI abriu inquérito próprio.