Piaui em Pauta

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Plínio era coerente com o que pregava, diz José Serra

Publicada em 09 de Julho de 2014 �s 19h00


O corpo do político foi velado nesta quarta-feira, em São Paulo. O corpo do político foi velado nesta quarta-feira, em São Paulo. O ex-governador de São Paulo e candidato ao Senado José Serra (PSDB) disse nesta quarta-feira que o ex-deputado federal Plínio de Arruda Sampaio era um político "coerente". Militante da esquerda, Plínio estava internado havia mais de um mês para tratar um câncer nos ossos e morreu ontem, aos 83 anos, em decorrência de uma broncopneumonia que provocou a falência múltipla de órgãos e sistemas. "O Plínio era um político que estudava, que procurava entender as coisas. E era coerente com aquilo que pregava. O que ele pregava e o que ele pensava mantinham uma grande coerência, o que não é comum na política brasileira", disse Serra ao deixar a paróquia São Domingos, em Perdizes, na zona oeste de São Paulo, onde é realizado o velório. Serra ainda lembrou a "amizade" que desenvolveu com Plínio no período do exílio, durante a ditadura militar, e disse que não guarda mágoas da disputa presidencial de 2010, na qual Plínio, então candidato pelo PSOL, se destacou por sua ironia e humor afiados em debates na TV. Imagem: Marcos Bezerra / TerraClique para ampliarO corpo do político foi velado nesta quarta-feira, em São Paulo. "É um amigo de muitos anos, desde os anos 60, convivemos muito no exílio. Depois, aqui no Brasil, nos empenhamos na criação de um partido novo, ainda antes da plena redemocratização. Não deu certo, os rumos políticos se distanciaram, mas a relação de amizade e respeito nunca", afirmou Serra. O governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), também elogiou a trajetória de Plínio e relembrou seu papel de destaque na condução da reforma agrária no País. "É uma grande perda. Um figura humana que teve um papel extraordinário na defesa da reforma agrária, um homem de grande valor", disse Alckmin. A ex-prefeita de São Paulo, Luiza Erundina (PSB), também lamentou a morte de Plínio. “É uma perda afetiva. Eu era amiga do Plínio, e na militância política nós fomos companheiros de muitas décadas", disse. "Para a política brasileira, é uma grande perda. Uma pessoa íntegra, coerente, fiel aos seus princípios e à sua concepção de mundo, de vida e de política. Então o Brasil perde muito. E nós, seus amigos, perdemos também", falou Erundina. "É uma pessoa que vai fazer muita falta no sentido de entender a realidade brasileira e de propor aquilo que o país tanto necessita em termos de mudança", completou. Uma missa em homenagem a Plínio, celebrada às 11h30 na paróquia, contou com a presença de cerca de mil pessoas. Também compareceram ao velório o deputado estadual Adriano Diogo (PT-SP), o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), a candidata à Presidência pelo PSOL Luciana Genro e o deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP), entre outros. "O Brasil perde um dos políticos mais íntegros que já passaram pela política e pelo Congresso Nacional. Uma referencia politica de mudança social e luta pelo socialismo", disse Valente. Ausência de Lula é criticada O ex-presidente Luiz Inácio da Lula da Silva, que não foi ao velório, enviou uma mensagem à família de Plínio por meio do senador Eduardo Suplicy (PT-SP). Plínio, que foi um dos fundadores do PT, deixou o partido em 2005 após o escândalo do mensalão. “Plínio dedicou toda a sua vida à luta pela igualdade, enfrentando a ditadura na fundação do Partido dos Trabalhadores e no apoio sempre presente aos movimentos sociais brasileiros”, dizia a mensagem assinada por Lula e pela primeira-dama Marisa Leticia, de acordo com Suplicy. A ausência do ex-presidente foi criticada pelo deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ), que lembrou que Plínio foi o autor da proposta de reforma agrária do plano de governo de Lula em sua campanha pela Presidência. “É uma insensibilidade que o Lula de antigamente, que eu conheci e que o Plinio conheceu, não tinha. Fiquei muito triste com isso, mas cada um sabe a quem destinar o seu tempo o seu carinho e o seu afeto”, afirmou Alencar. Enterro O corpo de Plínio foi sepultado por volta das 16h no cemitério do Araçá, na zona oeste da capital paulista. Emocionados, amigos e familiares cantaram versos do hino comunista A Internacional. Com o caixão foram deixadas um bandeira do PSOL e outra do MTS (Movimento dos Sem-Terra).

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Fonte: Vooz �|� Publicado por:
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