O Piauí está com aviso de perigo para chuvas intensas em todo o estado, nesta segunda (19) e terça-feira (20), segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A previsão é de precipitação entre 30 e 60 mm/h ou 50 e 100 mm/dia, com ventos intensos, de 60 a 100 km/h.
Conforme o Inmet, há risco de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e de descargas elétricas. Por isso, o órgão recomendou precauções como:
- Não se deve procurar abrigo debaixo de árvores durante rajadas de vento devido ao risco de queda e descargas elétricas;
- Também não se deve estacionar veículos próximos a torres de transmissão e placas de propaganda, pelo mesmo motivo.
Em caso de emergências, a orientação é acionar a Defesa Civil (telefone 199) e/ou o Corpo de Bombeiros (telefone 193).
A forte chuva registrada em Teresina na noite de domingo e madrugada desta segunda-feira (19) deixou ruas e avenidas alagadas, danificou semáforos e fez com que o número 192, do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ficasse indisponível por cerca de 12 horas.
A Fundação Municipal de Saúde divulgou números alternativos que foram usados para atendimento enquanto o problema com o 192 não era resolvido. Por volta das 10h desta segunda, o órgão afirmou que o serviço havia sido restabelecido.
Moradores do bairro Satélite, na Zona Leste da capital, gravaram vídeos mostrando ruas alagadas e com forte correnteza.
Segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), foram 132 milímetros (mm) de chuva acumulados em Teresina, 80.6 mm apenas na região leste da capital, em um intervalo de 12 horas.
A climatologista Sara Cardoso, da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Piauí (Semarh), explicou que atualmente três sistemas atuam em conjunto resultando no quantitativo de chuvas registrado.
"Primeiro temos a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), uma banda de nuvens que fica perto da Linha do Equador, que está oscilando mais ao Sul, por isso estamos observando esse quantitativo principalmente no Centro-Norte, Norte e em alguns municípios do Sudeste", explicou.
Outro sistema que tem afetado o estado é o de ventos do oeste, que sopram de áreas de alta pressão em zonas subtropicais para os polos. "Então a gente está observando um maior quantitativo de chuvas ficando nesses municípios dessas regiões", afirmou a climatologista.
Baixa confiabilidade nas previsões
Sara Cardoso apontou que, no momento, há baixa confiabilidade nas previsões meteorológicas. "Não é falta de confiança. Confiabilidade na matemática é quando a porcentagem de assertividade está baixa", explicou.
Conforme a climatologista, dois fatores estão influenciando isso. "Primeiro o El Nino e segundo são as mudanças climáticas. Porém, nós reafirmamos, junto com a previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), que essas chuvas têm uma tendência de permanecer com maior regularidade agora no mês de fevereiro e março", afirmou.