Um levantamento realizado pela Polícia Interestadual do Piauí (Polinter) apontou que nos primeiros seis meses do ano o estado já registrou 1.747 casos de roubos e furtos a veículos. No mesmo período do ano passado, esse número era de 1.484. Um aumento de 17,72% em comparação com 2015.
Segundo os dados da polícia, os roubos a mão armada continuam sendo os mais comuns. Enquanto que em 2015, foram 1174 carros e motos roubadas, em 2016 foram 1.269. Quem foi vítima recentemente e teve o carro roubado foi a mãe do senhor José Francisco Rodrigues, de 42 anos, Filomena Rodrigues, de 70 anos, que mora no bairro Dirceu, Zona Sudeste de Teresina.
Ele conta que pelo menos quatro criminosos, dentre eles três homens e uma mulher, chegaram armados no estabelecimento comercial da família que fica em um sítio no povoado Santa Tereza, zona rural da capital, abordaram a vítima e anunciaram o assalto.
"A mulher que estava com eles até chegou a entrar no comércio fingindo que ia comprar algo. Ficou bisbilhotando o que tinha e perceberam o carro na garagem. Dois entraram no comércio, um estava com a arma e entrou para pegar o carro. Não tinha o que fazer, minha mãe teve que entregar as chaves", disse.
Francisco conta que não deixou barato. Estava próximo ao local quando o crime aconteceu, ligou para a polícia, empreendeu fuga atrás dos criminosos e recuperou o veículo. Dois foram presos. Na segunda (4), ele era um dos mais de 30 a passar pela manhã na Polinter para recuperar o veículo.
"Infelizmente a sensação é de insegurança. Soube que os criminosos já vão ser soltos. Pelo menos não aconteceu nada com minha mãe e já estamos aqui para recuperar o veículo", contou.
Delegacia de Polícia Interestadual (Polinter) investiga roubos a veículos (Foto: Fernando Brito/G1)
Outra vítima que não quis ser identificada na reportagem teve a moto furtada. E por incrível que pareça, por um conhecido que mora na mesma rua da vítima. Para disfarçar, o criminoso ainda trocou a placa da moto por outra placa que estava regularizada e camuflou a motocicleta com adesivos e outros acessórios.
"Cheguei no hospital, estacionei a moto e quando fui embora ela não estava mais lá. Suspeitei de um homem que mora na minha rua porque outro dia ele me perguntou se ela tinha rastreador. Estranhei. Até já tinha emprestado uma vez a moto para ele. Acredito que ele só conseguiu levar minha moto porque fez uma cópia da chave. Dias depois a vi estacionada na porta da casa dele e acionei a polícia", disse.
Para o delegado da Polinter, Cadena Júnior, recém empossado como titular da delegacia, de 60% a 70% dos veículos roubados são apreendidos e restituídos aos donos. Os outros são revendidos ou passam por desmanches.
"Por isso é preciso fazer as vistorias desses bens. Se a pessoa compra um veículo de terceiros e não faz a vistoria para detectar se esse veículo é adulterado ou não, ela pode responder processo de receptação e adulteração de numeração veicular, que também é crime e pode pegar entre dois e três anos de prisão", contou.