Publicada em 29 de Novembro de 2012 �s 15h42
Preocupado com o futuro e permanência dos jovens do semiárido, o Governo do Estado, por meio do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Piauí (Emater), assinará na próxima semana, contrato de empréstimo com o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida) para investir em projeto de capacitação voltado para os jovens que permaneceram na sua terra e queiram desenvolver a agricultura familiar.
De acordo com o diretor geral do Emater, Romualdo Militão, além da assistência emergencial que vem sendo oferecida pelas instâncias Federal, Estadual e Municipal aos agricultores devido à forte seca que assolou todo o Nordeste nos últimos nove meses, o Governo do Estado também está preocupado com a sustentabilidade dos jovens do semiárido e com as famílias que permaneceram unidas apesar das enormes adversidades enfrentadas.
“Agora a nossa preocupação é com o jovem porque se você disser para ele ficar no campo, mas ele só ver perdas, é muito difícil. Pensando nisso, além de termos firmado um convênio com o Ministério do Desenvolvimento Social de R$ 52 milhões para construção de cisternas, o que ajuda no processo de permanência deles no campo, estaremos firmando um empréstimo com o Fida de R$ 20 milhões para promover o emprego e a renda desses jovens através de capacitações e do fomento de projetos desenvolvidos por eles em agricultura familiar", esclarece Militão.
O empréstimo depende apenas da aprovação do Senado Federal por se tratar de um contrato com um organismo internacional já que o Fida é uma agência das Nações Unidas que disponibiliza recursos para promover o avanço econômico através de investimentos no setor agrícola. Por isso, o processo de recebimento desses recursos passa por várias instâncias no Brasil, dependendo, inclusive, da aprovação do Tesouro Nacional, o que já foi conseguido. “Até a próxima semana devemos estar com todo o processo finalizado para começarmos a implantação do projeto”, afirma o diretor geral do Emater.
Entre as áreas a serem contempladas pelo projeto estão as regiões mais assoladas pela seca no Piauí, como as de: Paulistana, Fronteiras, Picos e São Raimundo Nonato.
Governo assegura ampla assistência aos atingidos pela seca Atualmente existe no Estado cerca de 230 mil famílias vivendo da agricultura familiar, o que corresponde, aproximadamente, a mais de 600 mil pessoas assistidas na zona rural. Segundo o diretor geral do Emater, Romualdo Militão, há recursos disponíveis para atender diretamente apenas 60 mil dessas famílias, mas o instituto tem procurado acolher todas que buscam por assistência, através da destinação de recursos, seja do Governo Federal como de outras parcerias quanto dos próprios cofres do Estado, aplicados na implantação de medidas de combate aos efeitos da seca no Piauí.
Entre as ações que estão sendo desenvolvidas pelo Emater, entre assistência direta e repasse de recursos, destacam-se: a implantação de cisternas (em processo de licitação), distribuição de água por carro-pipa, recuperação de poços, construção de barragens subterrâneas e barraginhas, além de financiamentos conseguidos através do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), que emitiu, em 2012, 130 mil Declarações de Aptidão (DAPs) para agricultores do Estado, fora as capacitações e assistência técnica realizadas pelos extensionistas do Emater nos 224 municípios do Piauí.
“Apesar da seca este ano ter sido maior até que a de 1932, o processo de guarda-chuva, de proteção ao homem do campo amenizou o seu impacto. Nós vamos para nove meses de seca, mas as medidas emergenciais e de auxílio ao agricultor familiar tornou possível que ele permanecesse na sua terra. O desafio agora, além do que já vem sendo feito, é tornar isso sustentável. Esse é o foco do Governo do Estado”, ressalta Militão.
Fora o empréstimo de R$ 20 milhões que será assinado na próxima semana com o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida). Será firmado, também nos próximos dias, um convênio com o Ministério do Meio Ambiente para recuperação de poços salinos no Semiárido piauiense (R$ 17 milhões). O objetivo do convênio é investir na dessalinização destes reservatórios naturais, tornando a água própria para consumo.