A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (8) a Operação “Stop Loss” para cumprir mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão contra suspeitos de se passar por traders (investidores do mercado financeiro) para aplicar golpes. Segundo a PF, os prejuízos foram causados a centenas de vítimas de pelo menos três estados somam R$ 60 milhões.
Dois mandados de prisão foram cumpridos: um no Piauí e um no Paraná. O homem que foi preso no Paraná foi o empresário piauiense Leonel Júnior. A identificação da pessoa presa no Piauí não foi divulgada. Os dois devem passar por audiência de custódia ainda nesta quinta-feira (8).
A TV Clube entrou em contato com a defesa de Leonel Júnior, que informou que vai se pronunciar sobre o caso em breve.
Conforme a PF, o grupo criminoso praticava crimes contra o Sistema Financeiro Nacional e de pirâmide financeira (Esquema Ponzi) em diversas cidades do estado do Piauí, Alagoas e Maranhão.
Ao todo, há 12 policiais mobilizados para o cumprimento de quatro mandados judiciais nas cidades de Teresina e São José dos Pinhais, sendo dois mandados de prisão preventiva e dois mandados de busca e apreensão. As ordens foram expedidas pela Vara Federal Cível e Criminal da Subseção da Justiça Federal de Floriano.
No esquema, segundo a PF, os suspeitos fingiam ser investidores do mercado financeiro para captar economias de vítimas/investidores, justificando que iriam aplicar os recursos no mercado de valores mobiliários.
"As investigações mostraram a captação de recursos de clientes [vítimas] por meio de fraude, com promessas de ganhos mensais de até 25% sobre o capital investido, para supostamente serem aplicados no Mercado Financeiro através de empresa não autorizada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a captar recursos e realizar investimentos no mercado", informou a polícia.
Conforme investigação, os suspeitos emitiram e ofereceram ao público valores mobiliários consistentes em contratos de investimento coletivo em nome de empresa de fachada, sem registro prévio de emissão junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e sem qualquer garantia às vítimas.
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O inquérito policial foi instaurado em 2022 e apurou que o grupo arrecadou das centenas de vítimas espalhadas pelas cidades de Floriano, Picos, São Luís e Maceió o montante que ultrapassa R$ 60 milhões de reais.
"Além disso, restou demonstrado até o momento que os valores disponibilizados pelas vítimas/investidores para os criminosos variavam de R$ 5 mil a R$ 4,2 milhões, depositados em contas da empresa de fachada bem como diretamente nas contas pessoais de membros da associação, entre elas familiares e amigos dos investigados", descreveu a PF em nota.
Os envolvidos devem responder por crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, Crime contra a Economia Popular, Associação Criminosa e Lavagem de Dinheiro.
A operação contou com a colaboração do Ministério Público Federal (MPF), Coordenação-Geral de Repressão à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro da Polícia Federal (CGRC/PF) e da Polícia Civil do Piauí.
Stop Loss
O nome da operação, Stop Loss - "parar a perda" em tradução literal -, é uma referência ao mecanismo de proteção que pode ser utilizado para impedir a desvalorização antes que o preço de uma ação ou ativo semelhante continue a cair. Com isso, quando as aplicações atingirem o limite de perda programado pelo investidor, uma ordem de venda é enviada automaticamente.