O governador Luiz Fernando Pezão, preso desde o dia 29 de novembro em quartel da Polícia Militar em Niterói, Região Metropolitana do Rio, participou na manhã desta sexta-feira (7) do hasteamento da bandeira no pátio da unidade. Atender à cerimônia é uma das obrigações do político, pego na Operação Boca de Lobo.
Pezão estava num grupo à parte, distante do mastro e do pelotão mais numeroso. Vestia o uniforme da cadeia - camisa branca e short preto - e calçava sandálias.
A regra da cadeia obriga os detentos a se perfilar diante do pavilhão todas as sextas-feiras, às 8h e às 18h. Pezão está sozinho em uma sala sem grades, mas monitorado por câmeras, e cumpre todas as regras aplicadas aos demais internos, como tomar sol diariamente e comer as refeições servidas a todos.
A Operação Boca de Lobo
De acordo com as investigações, Pezão não só fez parte do esquema de corrupção de Sérgio Cabral como também desenvolveu um mecanismo próprio de desvios quando seu antecessor deixou o poder.
Os advogados de defesas do governador, Flávio Mirza e Diogo Malan, afirmaram em nota que Pezão respondeu a todas as perguntas e negou, "veementemente", as acusações.
Segundo o MPF, há provas documentais do pagamento em espécie a Pezão de quase R$ 40 milhões, em valores de hoje, entre 2007 e 2015. De acordo com o MPF, o valor é incompatível com o patrimônio declarado pelo emedebista à Receita Federal.
A Operação Boca de Lobo decorreu de colaboração premiada homologada no Supremo Tribunal Federal e de documentos apreendidos na residência de um dos investigados na Operação Calicute. Além das prisões de Pezão e mais oito pessoas, o ministro Felix Fischer também autorizou buscas e apreensões em endereços ligados a 11 pessoas físicas e jurídicas.