A Petrobras anunciou nesta noite de terça-feira um reajuste de 6,6% para a gasolina e de 5,4% para o diesel nos preços de venda nas refinarias. Os novos preços entram em vigor à 0h desta quarta-feira.
Os preços da gasolina e do diesel, sobre os quais incide o reajuste anunciado, não incluem os tributos federais Cide e PIS/Cofins, e o tributo estadual ICMS.
Segundo a nota da Petrobras, o reajuste foi definido levando em consideração a política de preços da companhia, que busca alinhar o preço dos derivados aos valores praticados no mercado internacional em uma perspectiva de médio e longo prazo.
Impacto - Especialistas acreditam na possibilidade de o repasse não chegar integralmente ao consumidor. "O impacto na bomba é menor e é amortecido pela mistura de biocombustíveis - no caso da gasolina, o álcool, e no caso do diesel, o biodiesel", afirmou o presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom), Alisio Vaz.
A gasolina recebe, atualmente, uma mistura de 20% de etanol, enquanto a do biodiesel no diesel é de 5%. Para Vaz, o impacto do aumento também pode ser amenizado por eventuais mudanças nas margens de distribuição e comercialização de cada distribuidora.
O economista e sócio da Tendências Consultoria, Juan Jensen, calculou que o aumento poderá ser equivalente a 4,2% na bomba dos postos. Como o peso da gasolina dentro do IPCA é de 3,89%, isso deve provocar um impacto total na inflação de 0,16 ponto porcentual. "Dado que o aumento vale a partir da zero hora do dia 30, o impacto será assim distribuído: 0,01 ponto porcentual em janeiro e 0,15 ponto porcentual em fevereiro", afirmou Jensen.
De acordo com esses novos números, é provável que as projeções para o IPCA de janeiro e fevereiro sejam alteradas. A consultoria estimava uma alta do índice de 0,86% neste mês, que poderá subir para 0,87%. Para fevereiro, Jensen avalia que a projeção de 0,02% de alta para o IPCA para algo próximo a 0,17%. "O aumento dos combustíveis anunciado pela Petrobras é correto, pois visa corrigir defasagens antigas dos preços internos", afirmou o economista.
(Com Estadão Conteúdo e Reuters)