Após registrar seu primeiro prejuízo em 13 anos no trimestre passado, a Petrobras voltou a lucrar entre julho e setembro deste ano. O lucro líquido foi de R$ 5,567 bilhões no período, resultado abaixo da espectativa de R$ 8 bilhões do mercado.
O lucro líquido do trimestre passado foi 12% menor que o do mesmo período de 2011 (R$ 6,336 bilhões), mas a estatal se recuperou do prejuízo de R$ 1,346 bilhão do segundo trimestre deste ano --primeiro resultado negativo desde 1999.
Na ocasião, gastos com poços secos e a variação cambial do período levaram a empresa ao resultado negativo.
No balanço atual, a Petrobras informou que contribuíram para o resultado os reajustes no preço da gasolina e do diesel, ocorridos em junho e julho, e destacou o menor gasto com poços secos ou subcomerciais e melhorias dos indicadores operacionais de sua área de refino de combustível.
Diferentemente do que ocorreu no trimestre anterior, a companhia informou que seu resultado não sofreu grande impacto das variações cambiais.
"A reversão do resultado do trimestre anterior está relacionada aos reajustes nos preços da gasolina e do diesel, realizados em junho e julho, ao aumento da produção de diesel em nossas refinarias, aos menores gastos com poços secos ou subcomerciais e à estabilidade cambial", disse a presidente da Petrobras, Graça Foster, no balanço.
No acumulado do ano, o lucro é de R$ 13,4 bilhões --queda de 52% na comparação com o mesmo período de 2011 (R$ 28,2 bilhões).
RECEITAS E EBTIDA
O reajuste dos combustíveis fez a receita de vendas da petroleira atingir R$ 73,793 bilhões no terceiro trimestre, alta de 16% em relação a igual período de 2011. Na comparação com o período imediatamente anterior, houve alta de 8,4%.
No acumulado de janeiro a setembro, a receita atingiu R$ 207,9 bilhões, aumento de 16% na comparação com o mesmo período de 2011.
O Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) no terceiro trimestre de 2012 foi de R$ 14,375 bilhões, resultado 36% superior ao do trimestre passado (10,599 bilhões) e 12,5% inferior ao do terceiro trimestre de 2011 (R$ 16,429 bilhões).
No acumulado de 2012, o Ebitda é de R$ 41,495 bilhões --14% menor que os R$ 48,194 bilhões do ano passado.
PRODUÇÃO DE ÓLEO E GÁS
A produção total de óleo e gás natural caiu 2,17% no trimestre passado em relação ao segundo (de 2,579 milhões de barris por dia para 2,523 milhões) e 2,24% em relação ao terceiro trimestre do ano passado (2,581 milhões de barris por dia).
De acordo com a Petrobras, a queda na produção ocorreu devido a paradas programadas para manutenção em parte de seus sistemas de produção. Não foi detalhado, contudo, quais foram os sistemas que tiveram de parar, nem o tempo de interrupção dos trabalhos.
À despeito das paradas, a empresa destacou que iniciou a produção no campo de Chinook, localizado em águas profundas do Golfo do México, nos Estados Unidos, e no campo de Baleia Azul, no pré-sal da Bacia de Campos (RJ).
No acumulado do ano, a produção caiu de 2,605 milhões em 2011 para 2,592 milhões em 2012.
PERSPECTIVAS DO TRIMESTRE
Em relatório que acompanhou o balanço, a empresa destacou que, "embora os resultados tenham sido até certo ponto melhores", a companhia persiste "trabalhando com determinação e foco na recuperação da rentabilidade", empenhada em melhorar o desempenho.
A companhia também mencionou a queda da produção de óleo, "devido a paradas operacionais por prazos mais longos do que o planejado, especialmente em setembro". Mas ressaltou que "essas paradas são fundamentais para garantir a segurança operacional e o retorno sustentável da produção."
Quanto ao o lucro líquido de R$ 5.567 milhões, a Petrobras destacou "a estabilidade cambial, que não impactou de forma relevante o resultado financeiro líquido, além das menores baixas de poços secos ou subcomerciais e dos reajustes nos preços da gasolina e diesel."
REAJUSTE DOS COMBUSTÍVEIS
O mercado avalia agora se o desempenho da Petrobras neste trimestre, mesmo aquém da expectativa, pode aliviar as pressões pelo reajuste no preço da gasolina e do diesel.
A presidente da Petrobras, Graça Foster, chegou a afirmar que um reajuste "certamente virá". Para ela, a necessidade de aumento é de "longo prazo" e não há uma "definição de curto prazo". Segundo a presidente da estatal, desde que começou em 2002, a política de alinhar os preços internos ao mercado internacional apenas no longo prazo não causou prejuízos à Petrobras.
A equipe econômica do governo federal trabalhava com a hipótese de um novo reajuste nos combustíveis neste ano, mas decidiu reavaliá-lo depois que a inflação começou a subir no segundo semestre devido ao choque de preços de alimento.
IMPACTO NA INFLAÇÃO
Se atendida a expectativa da Petrobras, de aumento de 10% nos preços, o impacto na inflação seria de 0,30 ponto percentual.
Em 2013, o governo espera que as pressões inflacionárias sejam menores.
O último aumento no preço dos combustíveis --de 7,83% da gasolina e de 3,94% do diesel-- aconteceu no fim de junho deste ano. Os reajustes não foram repassados ao consumidor porque o governo, ao mesmo tempo, zerou a Cide (contribuição que incide sobre os combustíveis).
RECEITAS
O reajuste dos combustíveis fez a receita de vendas da petroleira atingir R$ 73,793 bilhões no terceiro trimestre, alta de 16% em relação a igual período de 2011. Na comparação com o período imediatamente anterior, houve alta de 8,4%.
No acumulado de janeiro a setembro, a receita atingiu R$ 207,9 bilhões, aumento de 16% na comparação com o mesmo período de 2011.