Petrobras: Investigadores apontam mentiras em depoimentos de Gabrielli e Roberto Costa

Publicada em 27 de Junho de 2014 �s 08h22

Na refinaria. Costa disse que obras em Abreu e Lima pararam por chuva. Os depoimentos prestados �s Comiss�es Parlamentares de Inqu�rito (CPIs) pelo ex-presidente da Petrobras Jos� Sergio Gabrielli e pelo ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa incomodaram autoridades que cuidam de investiga��es oficiais relacionadas aos neg�cios da estatal. Sob a condi��o do anonimato, esses investigadores afirmam que, em suas interven��es, Gabrielli e Costa mentiram ou distorceram fatos sobre a constru��o da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Imagem: Marcelo Carnaval / Marcelo Carnaval/12-06-2014Na refinaria. Costa disse que obras em Abreu e Lima pararam por chuva. Para negar os apontamentos de superfaturamento nas obras da refinaria, Gabrielli e Costa disseram que o Tribunal de Contas da Uni�o (TCU) usa obras rodovi�rias como par�metro de compara��o, o que seria um equ�voco na vers�o dos dois. Os investigadores afirmam que esse procedimento � adotado apenas no caso de transporte de material de uma obra, por exemplo. � o pr�prio projeto da refinaria, elaborado pela Petrobras, a principal refer�ncia de pre�os. O superfaturamento m�ximo investigado pelo TCU ultrapassa R$ 1,1 bilh�o em quatro contratos da refinaria. Terraplanagem em xeque Gabrielli e Costa tamb�m afirmaram que o TCU nunca terminou ou quase n�o concluiu relat�rios sobre a refinaria. As avalia��es, at� agora, seriam apenas preliminares, segundo eles. Mas diversos processos foram conclu�dos, com apontamentos definitivos sobre superfaturamento. � o caso da investiga��o sobre a terraplanagem do empreendimento, que teve um superfaturamento de R$ 69,5 milh�es. As auditorias levaram a uma redu��o real de R$ 49 milh�es do valor do contrato, e o TCU determinou que a Petrobras executasse as garantias oferecidas pelos cons�rcios respons�veis, como forma de evitar o preju�zo referente ao sobrepre�o. Entre os respons�veis no processo est�o Gabrielli e Costa. O ex-presidente prestou depoimento na CPI mista anteontem. Falou por quase cinco horas e, apesar dos diversos questionamentos de parlamentares da oposi��o, n�o teve dificuldade para se esquivar das perguntas mais espinhosas sobre Abreu e Lima. Costa foi inquirido na CPI exclusiva do Senado, que tem maioria governista, no �ltimo dia 10. O ex-diretor foi questionado apenas pelo relator da CPI, o senador Jos� Pimentel (PT-CE), l�der do governo no Congresso, e n�o foi incomodado em momento algum. Costa est� preso no Paran� por conta da Lava-Jato. A suspeita � de desvio e lavagem de recursos p�blicos empregados nas obras de Abreu e Lima. Ao falar sobre pagamentos indevidos a empreiteiras por conta de equipamentos parados devido a chuvas, o ex-diretor citou as obras de terraplanagem: — Na terraplanagem da refinaria, chegamos a ter um pico de 800 equipamentos fazendo terraplanagem. Se chover hoje e depois tivermos quatro, cinco dias de sol, pode ser que n�o seja suficiente para se come�ar a trabalhar em servi�o de terraplanagem — justificou. Investigadores afirmam que a descoberta de pagamentos indevidos por conta de verbas de chuva n�o dizem respeito � terraplanagem. Referem-se, na verdade, a equipamentos de montagem industrial. Acusados mant�m vers�o Costa tamb�m citou auditorias sobre as tubovias da refinaria, que teriam apontado equ�vocos na ado��o de estacas para o suporte dos tubos. O que o TCU questionou n�o foi a ado��o do estaqueamento como solu��o, mas a necessidade de o recurso usado estar previsto desde o in�cio no projeto. Investigadores apontam contradi��es ainda nos argumentos sobre a an�lise por amostragem do terreno da refinaria. O ex-diretor foi convocado para depor na CPI mista, mas n�o h� previs�o de quando isso ocorrer�. Apesar da presen�a da oposi��o, o comando da CPI � governista. Consultado pelo GLOBO, o advogado do ex-diretor, N�lio Machado, diz que seu cliente “reafirma tudo o que foi dito na CPI”. — N�o tive acesso � �ntegra das investiga��es da Pol�cia Federal, e a defesa ser� feita nos autos — afirma ele. Gabrielli, por sua vez, sustenta que “est� distante da empresa desde fevereiro de 2012 e n�o ir� se manifestar sobre estes assuntos”, conforme resposta de sua assessoria de imprensa.

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Fonte: Vooz �|� Publicado por:

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