Para achar a caravela, pesquisadores basearam-sem nos diários de Cristóvão Colombo Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/sociedade/historia/pesquisadores-encont
Imagem: Byron Smith/NYTClique para ampliarPara achar a caravela, pesquisadores basearam-sem nos diários de Cristóvão Colombo Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/sociedade/historia/pesquisadores-encontr Mais de 500 anos depois de Cristóvão Colombo ter posto os pés nas Américas, pesquisadores acharam no mar do Caribe os destroços da caravela Santa Maria, que fez parte da expedição do navegador. A informação foi divulgada nesta terça-feira (13) pelo jornal inglês The Independent. A descoberta pode ser considerada uma das mais importantes da arqueologia submarina.
As partes da nau foram encontradas no fundo do oceano, no litoral norte do Haiti. Até o momento, o trabalho de pesquisa concentrou-se em explorar os destroços no fundo do mar, sem muita intervenção, limitando-se a fotografar e medir o tamanho dos objetos.
Ao jornal inglês The Independent, o líder dos estudos, Barry Clifford, informou que as evidências indicam fortemente que a caravela seja mesmo do explorador genovês.
- Todas as características geográficas, a topografia subaquática e evidências arqueológicas sugerem que este naufrágio é da famosa capitânia de Colombo - disse Clifford Independent.
Para encontrar a Santa Maria, o pesquisador baseou-se no diário do navegador, além de um forte que teria sido contruído por ele perto do local do naufrágio. Clifford conta que, na verdade, sua equipe já tinha encontrado os destroços há uma década, mas na ocasião, eles não se deram conta de sua real identidade. No entanto, depois de voltar à caravela com novos mergulhos no início deste mês e cruzar as fotografias com dados históricos, foi possível afirmar que ali jazia uma das embarcações de Colombo.
Mas não foi fácil chegar a essa conclusão. Com a ajuda de um sonar, os pesquisadores detectaram mais de 400 anomalias no litoral Norte do Haiti. Quando eles voltaram ao local dos destroços, a intenção não era confirmar a identidade da caravela. Contudo, evidências como o tipo de canhão utilizado não deixaram dúvidas que era ali que estava a Santa Maria.
Clifford já alertou autoridades haitianas sobre seu achado. Num primeiro momento, ele e sua equipe vão estudar os destroços no leito do oceano, mas não descartam de, no futuro, as partes da caravela sejam emergidas e postas em um museu. Ele inclusive acredita que a captânia possa turbinar o turismo no Haiti, e ajudar o país a combater seus problemas sociais.
- Se escavações tiverem sucesso, e dependendo do estado de conservação da madeira que está enterrada, pode ser possível levantar os restos da embarcação e conservá-los para exposição pública permanente em um museu no Haiti.
Americano, Barry Clifford é um dos mais experientes arqueólogos submarinos, tendo trabalhado há quase quatro décadas na área. Em 1984, foi o primeiro estudioso a encontrar no mundo os restos de um navio pirata, o Whydah. Mais recentemente, ele descobriu destroços da nau captânia do corsário escocês William Kidd, em Madagascar.
A Santa Maria foi construída no século XV e fez parte da primeira expedição de Cristóvão Colombo, que saiu do litoral espanhol e chegou nas ilhas do Caribe em 1492. Sua intenção era traçar uma rota alternativa para a Índia migrando para o Oeste, ao invês de contornar o litoral africano, passando pelo Cabo da Boa Esperança.
Depois de 37 dias, Colombo pisou na ilha batizada de "Hispaniola", que hoje abriga o Haiti e a República Dominicana. No litoral haitiano, a caravela Santa Maria, onde viajava o próprio navegador, bateu em uma rocha, tendo de ser abandonada no local. Colombo, que continuou viagem nos outros barcos da expedição, construiu um forte perto do local do acidente. De lá, ele deixou seus companheiros e voltou para a Espanha para anunciar seu descobrimento.
Colombo morreu em 1506, aos 55 anos, ainda acreditando ter chegado à Índia atravessando o Oceâno Atlântico.