Pesquisadores da Universidade Federal do Piauí (UFPI) e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) estiveram recentemente no Sítio Paleobotânico São Benedito, na cidade de Altos, a 37 km de Teresina, e publicaram a primeira pesquisa sobre o estudo paleontológico dos troncos fósseis da Era Paleozoica com mais de 270 milhões de anos.
São troncos que, segundo pesquisadores, reforçam que parte do Nordeste estava recoberto por uma floresta de árvores de grande porte, parentes dos pinheiros e das araucárias.
De acordo com o Juan Carlos Cisneros Martínez, professor da UFPI e doutor em geociência com atuação na área da paleontologia, o novo sítio enriquece o já rico patrimônio do estado do Piauí.
“São troncos petrificados, de grande porte. Alguns têm quase 2m de diâmetro, de gimnospermas (árvores sem flores, como os pinheiros e as araucárias). Eles são da mesma idade e muito similares aos troncos encontrados na Floresta Fóssil do Rio Poti em Teresina e, de fato, é bem possível que sejam parte dessa mesma floresta”, explicou Juan, responsável por coordenar a pesquisa.
O Sítio Paleobotânico São Benedito e de difícil acesso, o que, segundo Juan Cisneros, tem contribuído para que os troncos se conservem. No entanto, não há nenhum tipo de vigilância ou de dispositivo legal próprio que os proteja.
“É necessário planejar e implementar uma estratégia de proteção e de uso desse espaço para pesquisa, visitação. Com o devido planejamento e investimento, este sítio paleontológico pode se tornar uma nova atração turística para o Piauí. Ele possui uma boa localização, próximo à capital Teresina, e na rota ao Parque Nacional Sete Cidades. O uso apropriado deste local pode gerar um retorno à comunidade local, através de geração de empregos, valorização do artesanato, etc.”, avaliou.