Leonardo de Jesus França, 23 anos, irmão mais velho de Eduardo de Jesus Ferreira, de 10 anos, morto no dia 2 no conjunto de Favelas do Alemão, no Rio de Janeiro, disse ter encontrado com o irmão uma única vez. O jovem mora em Cristalândia, Sul do Piauí, a 25 km de Corrente, cidade onde o garoto será sepultado. Ele contou ao G1 que por conta da violência chegou a sugerir várias vezes que a mãe voltasse para sua terra natal.
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O encontro com o irmão caçula aconteceu em 2013 quando Eduardo de Jesus esteve no Piauí. “Só vi ele uma única vez. Foi a primeira e última vez que nos encontramos pessoalmente. Não imaginava que terminaria assim”, disse.
Leonardo ficou no Piauí quando há 17 anos a mãe resolveu deixar o estado em busca de trabalho e melhor condição de vida. Por lá, Terezinha de Jesus Ferreira teve outros quatro filhos. Eduardo era o mais novo. O jovem disse que nunca esteve no Rio de Janeiro nem mesmo a passeio e sempre ficava chocado ao ver o noticiário.
“Sempre ficava chocado com a violência por lá e pedia para ela vir embora. Ela sempre ficava adiando e nos últimos tempos disse que estava apenas esperando sair a documentação de uma casa que ela se mudaria para outro bairro”, contou.
Leonardo falou ainda sobre as horas que antecedem a chegada da família em Corrente levando o corpo do irmão caçula. “É uma espera difícil. Estamos muito tristes. Apesar da distância, eu tinha um afeto muito grande por ele e sempre a gente se falava pelas redes sociais”, disse.
O corpo de Eduardo de Jesus Ferreira chegará em Teresina por volta das 4h desta segunda-feira (6). A família sairá neste domingo (5) do Rio de Janeiro às 11h52 e desembarcará na capital piauiense após as 18h. Um avião disponibilizado pelo governo do Piauí fará o traslado até a cidade de Corrente.
O sepultamento do garoto deve acontecer ainda na segunda-feira no Cemitério Municipal. Além da mãe e do pai, duas irmãs de Eduardo e um sobrinho virão ao Piauí para o enterro.
Eduardo de Jesus Ferreira, de 10 anos, foi baleado na porta de sua casa e morreu na hora no fim da tarde da quinta-feira (2), no Conjunto de Favelas do Alemão, na Zona Norte do Rio. Terezinha diz que um policial fez o disparo. Os policiais que participaram da operação que culminou com a morte do menino foram afastados das ruas. A Divisão de Homicídios da Polícia Civil investiga o caso.
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