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Com a agenda atrelada ao dia a dia do Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff deu sinais nos últimos dias de que dedicará grande parte de seu tempo livre a São Paulo, Estado que concentra quase um quarto dos eleitores.
Desde o último dia 31, a petista passou seis dias em eventos na capital paulista e no interior, incluindo esta segunda-feira, quando se encontrou com estudantes em uma universidade privada. saiba mais Em carta a presidenciáveis, prefeitos cobram tarifa menor no transporte Aécio diz que trem-bala não é a prioridade Candidato comunista à Presidência propõe extinção da PM TSE nega multar Dilma por reunião com Lula no Palácio da Alvorada Dilma tem 38%, Aécio, 23%, e Campos, 9%, diz pesquisa Ibope Leia mais sobre Eleições 2014
A estratégia montada pelo comitê presidencial é parte de uma operação para "reduzir danos" no Estado com o maior colégio eleitoral do país, onde a petista sofre com altos índices de rejeição.
Para assessores próximos da presidente, um evento em um bairro populoso de São Paulo é mais efetivo do que uma viagem de Dilma a Estados menores.
Para um ministro, trata-se de uma eleição "mais curta" que a anterior, já que a presidente não dispõe do mesmo tempo livre que em 2010 e, por isso, tem de ser totalmente direcionada para o "foco", que é São Paulo.
Na última pesquisa Datafolha, de julho, Dilma lidera as intenções de voto, com 36%, seguida por Aécio Neves (PSDB), que tem 20%, e Eduardo Campos, com 8%.
A presidente, no entanto, também registra o maior índice de rejeição entre os concorrentes, 35%. Se considerados os números apenas do Estado de São Paulo, que concentra 22% dos eleitores, 47% dizem que não votariam em Dilma de jeito nenhum. Na capital, esse índice sobre para 49%.
Para validar a estratégia da campanha petista, um integrante do comitê diz que as viagens a São Paulo já surtiram efeito ao indicar o ""fim do processo de queda"" da presidente.
Nesta segunda, a petista falou para cerca de 400 jovens em uma universidade no centro de São Paulo. Dilma aproveitou para criticar a gestão da crise da falta d"água no Estado, governado pelo tucano Geraldo Alckmin, colega de partido de seu principal concorrente na disputa nacional.
No sábado, foi a Osasco para fazer o ""corpo a corpo"" considerado mais animado da campanha até agora, segundo a campanha. Durante o discurso, reconheceu que o Estado é sua prioridade.
"Eu estou privilegiando São Paulo. Agora, quero dizer para vocês que nem toda semana será assim [...] Só peço isso: na hora em que eu passar uma semana sem aparecer vocês não digam que eu esqueci São Paulo", afirmou.
No último dia 4, Dilma veio a São Paulo para visitar um posto de saúde em Guarulhos, na região metropolitana, para aproveitar a ""estreia"" na cobertura eleitoral do ""Jornal Nacional"".
Na mesma semana, encontrou com sindicalistas também em São Paulo e, de olho no eleitorado religioso, investiu em uma agenda com mais de 5.000 pastoras e missionárias da ala comandada pelo bispo Manoel Ferreira, que apoia outro adversário da petista, o Pastor Everaldo (PSC).
MINAS
Além de São Paulo, o comitê quer usar a mesma fórmula de visitas repetidas em Minas Gerais. O Estado, que concentra o segundo maior número de eleitores no país (10,7%), é base eleitoral de Aécio Neves.
O tucano lidera na região com 41% das intenções de voto, contra 31% da presidente. Enquanto Dilma se dedica ao Sudeste, a ideia é que o ex-presidente Lula, que está livre para percorrer o país, invista no Nordeste para ampliar a vantagem petista na região.