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Para medalhistas de matemática

Para medalhistas de matemática, 1º dia de provas 'só de humanas' do Enem 2018 vai ser o mais difícil

Publicada em 04 de Novembro de 2018 �s 09h47


O G1 ouviu três dos melhores estudantes de matemática do Brasil que estão inscritos no Enem 2018. Eles já ganharam medalhas na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep), mas, neste domingo, vão precisar superar o desafio do primeiro dia do Enem.

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Desde o ano passado, o primeiro domingo de provas é inteiramente dedicado às humanidades, um assunto que impõe dificuldades aos três, ainda que as questões das olimpíadas de matemática brasileiras e internacionais exijam interpretação de texto para serem resolvidas.

'Português mais difícil que matemática'

Francisco Daniel Aguiar tem 18 anos e mora em Sobral, no Ceará. Ele já ganhou duas medalhas de bronze na Olimpíada Brasileira de Matemática de Escolas Públicas (Obmep) em 2013 e 2017, e uma menção honrosa em 2015. Para ele, a maior dificuldade nas provas de humanas é organizar as ideias na redação.


“Acho português mais difícil que matemática”, diz o medalhista.
Aguiar diz que gosta de fazer cálculos rápidos porque considera mais dinâmico. Já na escrita ele diz ter dificuldade porque precisa ter mais argumentos para redigir um texto.

"Exige um pensamento ainda mais apurado sobre o que eu devo escrever, quais palavras e argumentos vou usar. Na matemática são só números, e número são mais fáceis de trabalhar”, conta ele, que prefere a trigonometria do seno, coseno e tangente à gramática do sujeito, verbo e predicado.
Aguiar vai usar a nota do Enem para tentar uma vaga em economia na Universidade Federal do Ceará (UFC). Para driblar as dificuldades, ele conta que faz oficinas de texto na escola onde estuda, a Escola Estadual de Educação Profissional Lysia Pimentel Gomes Sampaio Sales.

Corrida contra o tempo

No Piauí, em Cocal dos Alves, Rickelmy Pereira, de 17 anos, enfrenta uma rotina de estudo integral e preparações para as olimpíadas de matemática. Ele já foi medalha de bronze em 2015 e foi ouro em 2016 e em 2017 na Obmep. Neste ano, fará o Enem pela terceira vez.

Ainda assim, ele diz que sempre que pensa na prova bate um certo nervosismo.

“O que mais me deixa nervoso é exatamente isso: saber que é um exame que testa os meus conhecimentos obtidos no decorrer de toda a minha vida escolar e que pode mudar a minha vida, além de ser uma corrida contra o próprio tempo.”

Ele quer usar o Enem para estudar matemática aplicada na Fundação Getúlio Vargas (FGV) ou engenharia civil na Universidade Federal do Piauí (UFPI).

Para Pereira, humanas é mais difícil que exatas, mas ele diz ter dificuldade mesmo com assuntos relacionados a filosofia e sociologia. “Eu acho os textos originais difíceis de entender e também são muitos, cada um com uma visão diferente em épocas diferentes.” Para driblar a dificuldade, somente muita leitura e estudo.

Outro ponto que exige atenção do estudante é a redação. “Tudo depende do tema. Às vezes é difícil achar um argumento, introduzir a tese e concluí-la”, fala. “Ao longo de todo o ensino médio eu venho me preparando para fazer uma boa redação”, conta.

Gramática é desafio

No Rio de Janeiro, Francisco José de Lima, de 18 anos, diz que se sente bem preparado para a prova, mas confessa ter dificuldade em determinados conteúdos de química e física, além de achar a gramática um pouco chata.

“Gosto bastante de aprender. A gramática é meio chatinha, mas não é ruim, é um desafio”, diz.
Estudante do Colégio Pedro II, Francisco participa das Olimpíadas de Matemática desde 2013, quando ganhou medalha de prata.

Em 2014, foi bronze e ouro em 2015. Neste ano de 2018, ele foi ouro na Olimpíada Internacional de Matemática da Ásia (Aimo), considerada a maior competição internacional de matemática.


Já no quesito humanidades, ele diz que se sente desafiado, mas investe na prática para conseguir se dar bem na prova. "Redação é complicada, mas com treino costumo fazer mais rápido", diz.

Check-list para o dia da prova:
Levar documento de identidade oficial com foto
Levar canetas pretas para preencher o gabarito
Conferir o local de prova com antecedência

Horário das provas (horário OFICIAL de Brasília)
Abertura dos portões: 12h (horário de Brasília)
Fechamento dos portões: 13h (horário de Brasília)
Início das provas: 13h30 (horário de Brasília)
Saída permitida a partir das 15h30 sem o caderno de provas
Saída liberada com o cartão de provas: 18h30 (horário de Brasília)
Fim da prova: 19h (horário de Brasília)


Tags: Para medalhistas de - A edição 2018 do

Fonte: globo �|� Publicado por: Da Redação
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