A vida de Neymar no Barcelona parece não parar de melhorar. Ao ser o melhor em campo no último domingo, na goleada do Barcelona contra o Elche, o atacante ultrapassou sua marca de gols da temporada passada em praticamente metade do tempo: agora ele soma 19 em 24 partidas. Só que o brasileiro, exigente consigo mesmo, ainda não considera que está vivendo seu melhor momento na carreira.
Ainda à espera de um título de maior expressão pelo Barcelona, já que só ganhou uma Supercopa da Espanha, graças a um gol dele inclusive, Neymar deixa as individualidades de lado. Ao traçar suas próximas metas, acredita que só levantando taças conseguirá igualar o momento na Espanha com os dias mágicos que teve no Santos, onde foi campeão da Taça Libertadores, Copa do Brasil, ganhou Prêmio Puskas e levou três Paulistas.
- Nunca quis ser o melhor de nada. Sempre quis ser melhor que eu mesmo. Sei que estou fazendo uma boa temporada, mas quero fazer melhor ainda. A cada jogo, a cada treino, eu quero estar me superando. É isso que eu busco, estar sempre feliz, e aí as coisas fluem naturalmente - disse em entrevista na segunda-feira, que o fez ganhar destaque nas capas dos principais diários esportivos da Catalunha.
No momento, Neymar parece ter essa felicidade que busca. Fazendo uma autoanálise, o atacante acredita que evoluiu tanto profissionalmente como pessoalmente em um ano e meio de Barcelona, e vê muitas vantagens além do campo: viver em outro país, conviver com craques como Messi e Iniesta, e aprender um novo idioma são os fatores que ele aponta como os principais adicionados a seu "currículo".
Apesar de sentir-se mais solto e confiante por jogar mais, Neymar ainda precisa vencer uma barreira. O atacante é o segundo jogador mais substituído pelo técnico Luis Enrique em todo o elenco no Barcelona, mesmo com as boas marcas. Contra o La Coruña, há duas semanas, ele chegou a demonstrar irritação ao sair de campo. Com personalidade, não nega o que aconteceu:
- Não gosto de sair do campo, quero estar jogando todos como titular. Desde pequeno, sempre gostei de jogar, mas respeito a atitude do treinador. Se tiver que me tirar ou colocar, quem manda é ele - comentou, sobre as atitudes de Luis Enrique.
Até da crise com seu treinador, Neymar soube se aproveitar. Durante o pior período, o brasileiro se aproximou mais de Messi, com quem diz ter hoje verdadeira relação de amizade fora do campo. Segundo ele, isso faz toda a diferença quando os dois estão jogando juntos, contrariando a teoria de parte da imprensa, que desconfiava que a dupla poderia não render.
- Dividi vestiário com Robinho (no Santos), com Ronaldinho (na Seleção), e nunca tive problema. Respeito o Messi e sempre vou respeitar. De todos que já vi jogar, na minha opinião é o melhor.
Satisfeito com o apoio que vem recebendo da torcida e da diretoria do Barcelona, após um ano e meio dos cinco de seu contrato, Neymar nem pensa em sair do clube. O atacante também não é extremo e diz que não pensa em jogar no Barcelona até o fim de sua carreira, mas avisa que quer marcar época, ganhar Champions e Mundial antes de deixar o time. Na próxima quarta-feira ele entra em campo contra o Atlético de Madrid, pelo jogo de volta da Copa do Rei e pode ficar mais perto de seus objetivos, colocando a equipe na semifinal da competição.