A inflação brasileira será menor neste ano do que o esperado, mas não vai ceder em 2015, em meio ao cenário de um novo ciclo de aperto monetário começando um pouco mais tarde e atividade econômica cada vez mais deteriorada.
O quadro foi desenhado na pesquisa Focus do Banco Central, que ouve semanalmente economistas de instituições financeiras. Para o IPCA, a mediana das projeções recuou pela quarta vez seguida, com alta de 6,26 por cento neste ano, contra 6,39 por cento. Em 2015, as contas mostram que o indicador ficará praticamente igual, com alta de 6,25 por cento, apenas 0,01 ponto percentual acima da projeção anterior.
Um dos principais responsáveis por esse cenário são os preços administrados, cujas estimativas cresceram 0,10 ponto percentual para os dois anos, a 5,10 por cento em 2014 e 7 por cento em 2015. Esse segmento vem sofrendo com a expectativa de aumentos nos preços de energia elétrica e gasolina, sobretudo no próximo ano.
"Vai ficar um "carry over" muito forte para o ano que vem, em um cenário de inflação alta em que os administrados colocam ainda mais lenha na fogueira", destacou o economista-chefe da Austin Rating Alex Agostini.
Em julho, a inflação oficial do país desacelerou a 0,01 por cento, menor patamar em quatro anos, e em 12 meses voltou para o limite do teto da meta, a 6,50 por cento.[nL2N0QE0T1]
Já para o Top-5 de médio prazo, com as instituições que mais acertam as projeções, o IPCA ficará em 6,33 por cento em 2014, ante 6,39 por cento, e fechará 2015 em 6,48 por cento, contra 6,75 por cento na pesquisa anterior.