
Para a presidente, a saída definitiva da crise financeira mundial não pode prever apenas as ações a curto prazo. "É imprescindível resgatar o horizonte de médio e longo prazos para dar suporte aos diagnósticos e ações necessários para o crescimento das diferentes economias", afirmou. "Como as economias desenvolvidas foram as mais afetadas pela crise, ao dela saírem, criarão um ambiente econômico global mais favorável para todo o mundo", concluiu Dilma.
A presidente argumentou ainda que, à medida que a crise for "se dissipando", um olhar "mais atento" sobre os países emergentes "ganhará fôlego", dentro de um novo ciclo de crescimento econômico mundial.
Dilma sustentou também que o sucesso do Brasil nos próximos anos estará associado a uma parceria com investidores de todo o mundo e destacou a abertura do país para o investimento estrangeiro.
"Sempre recebemos bem o investimento externo. Meu governo adotou medidas para facilitar ainda mais essa relação. Aspectos da conjuntura recente não devem obscurecer essa realidade. Como eu disse até aqui, o Brasil mais que precisa e mais que quer a parceria com investimento privado nacional e externo."
Inflação
Outro tema citado pela presidente foram os esforços do governo brasileiro para controlar a inflação. Segundo ela, o país está sendo "construído sem abdicar do nosso compromisso com a solidez dos fundamentos macroeconômicos", entre eles, o controle da inflação.
"A inflação no Brasil permanece sob controle e, desde 1999, o Brasil segue o regime de metas. Nos últimos anos, perseguimos o centro da meta e a cada ano trabalhamos para lograr esse objetivo. Os resultados até aqui estão dentro das metas. Buscamos a convergência para o centro da meta. A experiência que tivemos das elevadíssimas taxas de inflação dos anos 1980 e 1990 nos ensinou o poder destrutivo do descontrole de preços sobre as rendas, salários e lucros das empresas", disse Dilma.
"A estabilidade da moeda é hoje um valor central do nosso país. Quero enfatizar que nós não transigimos com a inflação", concluiu a presidente.
Oportunidades no Brasil
No discurso em Davos, Dilma também citou a redução da desigualdade social e a diminuição da pobreza extrema no Brasil. A presidente ressaltou que, com as mudanças sociais, há oportunidades de negócios ainda não exploradas no país, citando que apenas 47% dos domicílios têm computador e apenas 8% tem TV com tela plana.
Para Dilma, os avanços criaram um contingente de cidadãos com mais qualidade de vida e informação, mas também com novos desejos e demandas. Parte dessas demandas, segundo a presidente, esteve presente nas manifestações de junho de 2013.
"Para nós, todos os avanços que conquistamos e os já conquistados são sempre, sempre só um começo. É necessário transformar essa extraordinária energia do povo brasileiro manifesta nas ruas em realizações para todos", defendeu.
Copa do Mundo
A presidente finalizou o discurso no Fórum Econômico Mundial convidando as pessoas presentes a participar da Copa de 2014, que será realizada em 12 cidades-sede do país, e das Olimpíadas de 2016, no Rio.
"Quero dizer aos senhores que estamos preparados para a Copa. Os investimentos que eu relatei aqui são também investimentos para esta Copa e para este evento. Mas são sobretudo investimentos originados da necessidade do país", justificou Dilma, acrescentando que "estamos de braços abertos" para receber todos os visitantes.