Na TV e em aparições públicas, Paolla Oliveira, a moça de beleza clássica, sempre transmite a imagem de doçura, tranquilidade e jeito de princesa. Dona de uma credibilidade inabalável, é uma das atrizes brasileiras preferidas para anunciantes venderem seus produtos e autores de novela escolherem sua protagonista, em geral no papel de “boazinha”.
No entanto, ela garante que, na verdade, carrega um lado incendiário. “Pois é, me colocaram nessa gaveta [de boazinha]”, debocha. “Mas nem de longe dou uma lady. Sou um dragão que às vezes cospe fogo.”
E é esse lado ainda pouco conhecido que a ajudou a compor a garota de programa bissexual Denise, sua personagem na minissérie “Felizes para Sempre?”, que estreia no dia 26. Na trama, a personagem será contratada por casais para apimentar a relação.
“Gravei cenas de beijos com outras atrizes, mas não foi nenhum desafio. Difícil mesmo foi entender a complexidade do afeto construído com aqueles casais. Fiquei imaginando a que ponto se chega quando as coisas esfriam na cama.”
Já na vida real, ela garante que o relacionamento com o também ator Joaquim Lopes - no ar como o Enrico, na novela “Império” – vai muito bem, obrigada.
Aos 32 anos, ela diz que tem desejo de ser mãe, mas não urgência. “Falamos sobre isso, mas não gosto de planejar”, explica. “Embora adore consultar cartomante e vidente para saber o futuro, e faça terapia para entender o passado, o que curto mesmo é o presente. Nunca estive em uma fase tão vibrante”, comemora.
BATALHAS E SORTES
Filha de um policial militar e de uma auxiliar de enfermagem, Paolla nasceu na Penha, na Zona Leste de São Paulo, onde cresceu com dois irmãos mais novos. “Minha família era de classe média baixa. Moramos com minha avó até meu pai conseguir comprar nossa casinha. Ficava em um terreno cheio de matagal, mas com quintal, eu podia tomar sol”, recorda.
Os raios solares eram vitais para a atriz na infância, quando sofria de raquitismo – doença causada pela deficiência de vitamina D no organismo, que deixa os ossos fracos e sujeitos a deformações. “Tinha pernas tortas, quase invertidas. Foram vários tratamentos até me curar.”
Paolla reconhece que contou com a sorte para alcançar o posto de estrela. Mas o caminho que percorreu foi de muita luta. “Comecei a trabalhar como modelo em eventos e feiras. Eram cachês simples, mas ajudavam a pagar a faculdade de fisioterapia”, diz. “Então apareceram convites para fazer comerciais e as portas se abriram.”
Mas para poder seguir a trajetória artística, Paola Oliveira da Silva [seu nome verdadeiro] cumpriu a promessa que fez aos pais de concluir a faculdade. “Foi um estranhamento total quando contei que queria ser atriz. Eles se preocuparam, claro.”