O pai de Andreas Lubitz, o copiloto da Germanwings que supostamente derrubou de forma proposital o Airbus A320 nos Alpes franceses com 150 pessoas a bordo, está "completamente arrasado", contou neste sábado (28/03) o prefeito da cidade francesa de Prads-Haute-Bléone, Bernard Bartolini.
O conteúdo da única caixa-preta encontrada indicou, como revelou esta semana a Promotoria francesa, que Andreas Lubitz teria provocado a queda do aparelho nas montanhas, após aproveitar uma ausência do comandante da cabine.
"Ele sente sobre ele toda a responsabilidade do drama e atravessa uma angústia incrível", disse o prefeito em declarações à emissora francesa "BFM TV".
Conforme relatou, eles se encontraram na quinta-feira, na cerimônia de homenagem realizada na cidade de Le Vernet, na França, que se transformou em lugar de peregrinação dos familiares das vítimas.
O pai do copiloto participou do ato com alguns membros da tripulação, sem se misturar aos parentes dos passageiros. Segundo Bartolini, "não há palavras para expressar" o estado em que ele estava.
Copiloto teria problemas de visão
Andreas Lubitz, o copiloto que supostamente derrubou de forma deliberada o avião da Germanwings nos Alpes franceses, sofria problemas de visão que podem ter colocado seu trabalho em perigo, segundo informou neste sábado (28/03) o jornal americano "The New York Times".
Segundo a publicação, que cita dois funcionários com conhecimento sobre a investigação, Lubitz buscou tratamento para essas dificuldades, sobre as quais também não teria informado à companhia aérea.
Por enquanto, não está clara a gravidade dos problemas ou se poderiam estar vinculados à sua situação psicológica, segundo indicou o jornal, que acrescenta que as autoridades não descartaram a possibilidade de os problemas de visão serem psicossomáticos.
O jornal lembra que, segundo vários depoimentos, para Lubitz era muito importante voar e, por enquanto, não tinha completado suas aspirações profissionais de cobrir rotas de longa distância como comandante.
O Hospital Universitário de Düsseldorf informou na sexta-feira que Lubitz tinha sido avaliado em suas instalações pela última vez o 10 de março.
Consultada pelo "The New York Times", uma porta-voz do centro não quis comentar se o copiloto tinha apresentado problemas de visão, alegando as leis que protegem a privacidade dos pacientes.
Em comunicado, o hospital classificou na sexta-feira como "incorreto" que Lubitz tenha sido tratado por depressão e afirmou que ele tinha ido ao centro para contrastar diagnósticos, sem dar mais detalhes.