Quem depende da rede pública de saúde para conseguir atendimento na Zona Sul de Teresina tem sofrido. Para fazer um simples curativo é preciso esperar horas, dessa forma, para falar com um médico é mais difícil ainda.
A Unidade Básica de Saúde fica entre os bairros Vamos Ver o Sol e Parque Sul, na Zona Sul de Teresina. Dentro da chamada estratégia Saúde da Família, nesses locais equipes formadas por profissionais de saúde deveriam atuar na prevenção de doenças, com um contato mais direto com a comunidade, Mas o encontrado pela equipe de reportagem da TV Clube encontrou foi totalmente diferente.
Suzana Rodrigues já foi três vezes ao posto de saúde do bairro Vamos Ver o Sol, na Zona Sul da capital nos últimos dias, e não encontra médico. Com pressão alta, ela quer um encaminhamento para uma consulta com um cardiologista em outro hospital.
“Eu necessito que o Sistema Único de Saúde (SUS) me passe um encaminhamento para falar com o cardiologista e para a realização de exames”, disse a dona de casa.
A coordenadora da Unidade de Saúde reconheceu que o problema ocorre desde a semana passada em um dos turnos.
“Não está tendo médico para mandarem para cá, pois não estão se apresentando na regional, porque o profissional que estava aqui saiu agora, já que foi chamado para trabalhar em outro lugar”, afirmou Maria José Viana.
Mesmo assim, pacientes aguardavam na unidade o atendimento realizado por enfermeiras. Alguns como Janaíra Macêdo, que está grávida, se queixaram da demora em receber uma medicação.
“Vou ter que trabalhar ainda, estou com fome ainda nem recebi a cartela de medicamentos que o meu já acabou. Isso é um descaso com a gente”, reclamou a paciente.
Numa situação parecida, a filha de Ceciane Santos, que esperou a manhã inteira para fazer um curativo na perna. “Eu cheguei aqui era por volta das 8h para fazer um simples curativo na perna dela. Se ela estivesse com dor tinha morrido”, argumentou a mãe.
Segundo a Fundação Hospitalar de Teresina, 850 médicos atuam nos hospitais públicos do município. O número seria suficiente para atender toda a cidade. Mas segundo essa conselheira municipal de saúde, é comum a ocorrência de falha nas escalas. ”É bem verdade que tem ocorrido algumas falhas com relação a escala, mas especificamente na área médica”, falou Sheila Maranhão.
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