O tempo de dois minutos para pequenos avisos na Assembleia Legislativa foi usado quase que exclusivamente para tratar do cancelamento de audiência pública previsto para ontem dia (5) na Comissão de Administração. O primeiro a lavrar seu protesto na sessão foi o deputado Rubem Martins (PSB), que considerou a falta de aviso prévio aos deputados da oposição uma falta de consideração por parte da presidente da comissão, deputada Lisiê Coelho (MDB). Ele disse que muitas pessoas vieram para a audiência, pois não foram avisadas. O presidente Themístocles Filho (MDB) informou que a presidente da comissão avisou que o secretário de Fazenda estava em viagem oficial, mas que ele tem todo interesse em comparecer em outra data.
O Deputado Robert Rios (DEM) discordou do secretário de Fazenda, por achar que ele foi convocado para a audiência e que se fosse pelo Judiciário ele não faltaria. Robert criticou a colega presidente da Comissão de Administração, pois ela não tem autonomia para suspender, sozinha, uma audiência aprovada pelo plenário. O presidente Themistocles Filho disse ter sido informado de que não houve convocação ao secretário, mas tão somente um convite.
Também usando os dois minutos, o deputado Gustavo Neiva (PSB), autor do pedido da audiência pública, criticou a presidente da Comissão por ter cancelado a audiência de última hora, fazendo com que alguns convidados comparecessem. Ele disse que já deixava acertado que a audiência seja feita na próxima quarta-feira. Mais uma vez o
Presidente Themístocles se posicionou, informando que o presidente da Comissão é quem marca a data das audiências.
O deputado Luciano Nunes (PSDB) afirmou que o cancelamento da audiência pública não foi fato isolado, pois o Governo vem tentando isolar o Legislativo, tendo se negado a fornecer relatório sobre o funcionamento das Coordenadorias. Ele lembrou que a própria Assembleia já anulou até votação de lei. Sobre a importância da audiência que foi cancelada ele lembrou que a mesma ia debater um assunto sério, o desconto em contracheque dos servidores para o pagamento de empréstimos consignados, que o governo não repassou aos bancos. Luciano criticou o corte de ponto de colegas por falta a algumas sessões.
Rebatendo os argumentos do colega Luciano Nunes, Evaldo Gomes (PTC) afirmou que o corte do ponto dos deputados que faltarem às sessões de terça e quarta-feiras foi uma decisão da Mesa Diretora. Sobre a nova data para a audiência pública ele lembrou que é a presidente da comissão quem decide e portanto ela deverá acontecer, com a presença do secretário de Fazenda, que tem todo interesse tem comparecer.
O Deputado Robert Rios voltou a se manifestar, discordando do termo convite, pois não se trata de aniversário ou almoço, mas sim uma audiência para debater um assunto muito sério.
Raimundo Cazé – Edição: Katya D’Angelles