A presidenta Dilma Rousseff, durante 17º Congresso Nacional da União da Juventude Socialista Ginásio em Cruzeiro Novo/DF
Imagem: O GloboClique para ampliarA presidenta Dilma Rousseff, durante 17º Congresso Nacional da União da Juventude Socialista Ginásio em Cruzeiro Novo/DF A oposição reagiu fortemente ao discurso da presidente Dilma Rousseff, que durante a abertura da 17º Congresso da União da Juventude Socialista, do PCdoB, no sábado, voltou a recorrer ao discurso do medo para associar uma eventual vitória de Aécio Neves (PSDB) ou Eduardo Campos (PSB) ao retrocesso, ao desemprego, e à adoção de medidas impopulares, que ela qualificou de "espectros fantasmagóricos".
Para a oposição, Dilma demonstra desespero antes mesmo da campanha iniciar. Eles avaliaram que os ataques dela são fruto de marketing, e que ela não tem discurso próprio, mas segue apenas o que dizem seu marqueteiro, João Santana, ou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. saiba mais Teto de votos em Dilma está em queda Cadastro com potenciais fichas-sujas tem pelo menos 32 mil nomes, aponta MPF TSE veda arrecadação de campanha por site de financiamento coletivo Dilma tem 40%, Aécio, 20%, e Campos, 11%, aponta pesquisa Ibope Para agradar indústria, Dilma deve tornar desoneração permanente Leia mais sobre Eleições 2014
A participação da presidente no encontro não estava programada e foi confirmada em cima da hora no sábado. Para os militantes do PCdoB, partido que domina o Ministério do Esporte desde o governo Lula, Dilma disse que não havia sido eleita para criar desemprego, nem para acabar com a política industrial ou varrer a corrupção para debaixo do tapete. Em outro momento, afirmou:
— Quem tem lado sabe que é preciso estar atento, é preciso estar ao mesmo tempo com um olho no futuro e outro no passado. Esse olho no passado é para evitar que espectros fantasmagóricos tentem voltar com as ameaças às conquistas dos brasileiros, que eles já chamam abertamente de medidas impopulares e que significam arrocho salarial, desemprego e recessão.
O líder do PSDB na Câmara, Antônio Imabassahy (BA), contestou a presidente e disse que as afirmações dela não correspondem à verdade:
— Na verdade, ela deve ter sido orientada pelo marqueteiro, porque sempre que se encontra forte dificuldades, ela convoca o marqueteiro para dizer o que ela tem de fazer. O que ela diz não corresponde à verdade. É uma fantasia. O governo é muito ruim, ela se revelou uma administradora incompetente, não demonstrou liderança para fazer transformações e reformas que o Brasil necessita, e se submete à vontade dominante do ex-presidente Lula.
Imbassahy acredita que há um desespero no governo.
— O desespero invade o Palácio do Planalto e aí ela recorre a esse expediente. Mas a população cada vez dá menos importância ao que ela fala e acredita cada vez menos nela e no governo dela.
José Agripino, líder do DEM, fez uma avaliação semelhante. Mas, para ele, ao dizer que não foi eleita para colocar o país de joelhos, por exemplo, Dilma faz exatamente o contrário.
— Ela não foi eleita para isso, mas está fazendo do Brasil um país sem competitividade, colocando, sim, a indústria de joelho graças a uma política econômica equivocada. Ela nega o que justamente está fazendo e os dados estão aí para provar.
E complementou:
— O que ela devia ter feito no passado, para evitar o que está acontecendo agora, ela não fez. Demorou muito, por exemplo, para fazer as concessões dos aeroportos e estamos vendo o resultado.
Líder do PSB no Senado, Rodrigo Rollemberg foi irônico: ele afirmou que foram os quatro anos de governo de Dilma que podem deixar a população com medo:
— A população está ficando com medo de mais quatro anos de Dilma porque o pais não cresce, a inflação aumenta e a presidente insiste no viés autoritário. O Brasil não aguenta mais isso.
Mendonça Filho (DEM-PE) também apontou desespero na presidente.
— Quando bate o desespero, ela apela para o discurso do medo, ao qual está adotando mais cedo do que se imaginava. Isso demonstra que a derrota está batendo na porta dela. A campanha sequer teve início e ela está reagindo com apelação, que não tem sintonia com a realidade. Se o povo tem que ter medo é da inflação, do crescimento pífio e da corrupção na Petrobras. Esse é o medo do hoje.