ONU recorre � tecnologia nuclear na luta contra fome

Publicada em 02 de Maio de 2014 �s 13h50

Plantação de alimentos: a maioria dos países subdesenvolvidos necessita obter novos cultivos com melhores condições para elevar a produção agríc Imagem: Reprodu��o/ExameClique para ampliarPlanta��o de alimentos: a maioria dos pa�ses subdesenvolvidos necessita obter novos cultivos com melhores condi��es para elevar a produ��o agr�cola Esterilizar insetos, melhorar os cultivos e acelerar as colheitas s�o algumas das aplica��es da energia nuclear que a ONU coloca � disposi��o dos pa�ses pobres para ajudar no combate � desnutri��o, que afeta 12% da popula��o mundial. A Ag�ncia Internacional de Energia At�mica (AIEA), com sede em Viena, e a Organiza��o das Na��es Unidas para a Alimenta��o e a Agricultura (FAO) iniciaram uma s�rie de programas de colabora��o em mat�ria de agricultura e alimenta��o para auxiliar os pa�ses subdesenvolvidos. Os dois organismos da ONU colaboram no uso da tecnologia nuclear para ajudar os agricultores a melhorar suas colheitas, combater as pragas, aumentar a fertilidade do solo e elevar a qualidade dos produtos. "A tecnologia funciona muito bem, j� que reduz os danos, aumenta a qualidade e, �s vezes, a exporta��o", relatou Jorge Hendrichs, chefe de controle da se��o de Luta contra Pragas e Insetos da AIEA/FAO, em entrevista � Ag�ncia Efe. Segundo o especialista mexicano, o mais importante � "ajudar o campon�s a reduzir o forte uso de pesticidas". "N�s entramos com o pacote tecnol�gico, enquanto os pa�ses-membros (da ONU) com o or�amento", acrescentou. Hendrichs � respons�vel pela t�cnica do inseto est�ril (TIE), que consiste em criar insetos machos, "�s vezes at� 2 bilh�es semanais", esterilizados com radia��o. Uma vez esterilizados, os insetos se dispersam de maneira sistem�tica na zona afetada, onde se acasalam com as f�meas sem conseguir reproduzir. O resultado � a elimina��o da praga e, por consequ�ncia, a redu��o do uso de pesticidas. O programa TIE contribui para atenuar os danos relacionados �s pragas, respons�veis por perdas entre 8% e 20% da produ��o agr�cola e criadora de gado do mundo. Uma das pragas que h� mais de 15 anos � combatida com esta t�cnica � a da mosca ts�-ts�, causadora da doen�a do sono nos humanos e no gado, e cujo genoma acaba de ser decifrado gra�as, em parte, ao trabalho em conjunto da AIEA e da FAO. Este inseto transmite a doen�a do sono entre os humanos, um mal que, se n�o for tratado adequadamente, pode causar a morte. Al�m de afetar os humanos, essa doen�a tamb�m afeta tr�s milh�es de cabe�as de gado, o que limita a capacidade de trabalhar no campo e reduz a produtividade agr�cola. Gra�as ao programa TIE, o Senegal, um dos pa�ses africanos mais afetados por esta doen�a, espera anunciar sua erradica��o em meados deste ano. O sequenciamento do genoma da mosca ts�-ts� abre caminho para melhorar a t�cnica TIE e entender melhor como funciona a biologia e o comportamento deste inseto, aumentando as estrat�gias de controle da praga. A maioria dos pa�ses subdesenvolvidos necessita obter novos cultivos com melhores condi��es para elevar a produ��o agr�cola. Neste aspecto, entra em cena outro dos programas da AIEA/FAO: o de Fitomelhoramento e Fitogen�tica de cultivos. Pa�ses como Iraque, L�bano, Om�, Ar�bia Saudita, S�ria e I�men se beneficiam da t�cnica nuclear de fitomelhoramento por muta��es, usada para aumentar a qualidade dos alimentos e dos cultivos. Esta t�cnica favorece a cria��o de variedades de cultivos melhorados geneticamente, que s�o mais resistentes a mudan�as clim�ticas, fungos e pragas. Assim, na Jord�nia, por exemplo, a AIEA aplica t�cnicas de melhoras gen�ticas ao trigo e � cevada, que alimentam grande parte do pa�s e que se veem amea�ados continuamente por doen�as e secas. Para mudar uma planta e conseguir uma nova variedade, os t�cnicos bombardeiam a semente com raios X ou Gama durante um minuto. Este tratamento modifica o DNA do cultivo, mas n�o a contamina com radioatividade. Um caso recente � o que afeta a banana nanica (que representa 95% das bananas vendidas no mundo), que se v� atacada pelo fungo Sigatoka, respons�vel por grandes perdas para os agricultores. "Utilizamos muta��es induzidas", contou Pierre Lagoda, chefe de controle da se��o de Fitomelhoramento e Fitogen�tica de AIEA/FAO. O uso da radia��o n�o faz mais do que encurtar o processo de muta��o que se d� na natureza e tem como resultado a produ��o de uma nova variedade de fruta, explicou o especialista. "Estas radia��es n�o s�o perigosas para o ser humano", assegurou Lagoda, que insiste que esta � uma tecnologia segura. No mundo h� cada vez mais pessoas que necessitam ser alimentadas, explicou o especialista, que ressaltou que o uso destas tecnologias � "neutro" e "bom" para produzir mais alimento. As t�cnicas do inseto est�ril e a muta��o induzida s�o apenas dois exemplos do programa de coopera��o t�cnica com o qual a AIEA est� h� mais de 50 anos ajudando seus Estados-membros a conseguir um melhor desenvolvimento socioecon�mico atrav�s do uso de t�cnicas nucleares. "Al�m da energia nuclear para criar bombas, h� uma parte muito maior que � o uso de toda esta tecnologia para a paz", finalizou Hendrichs.�

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Fonte: Vooz �|� Publicado por:

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