Imagem: Reprodução/OGlobo A ONU pediu nesta quinta-feira a extensão da trégua entre Israel e o Hamas para que os palestinos de Gaza possam receber ajuda humanitária, algumas horas antes do fim do cessar-fogo de 72 horas em vigor desde terça-feira.
“O cessar-fogo de 72 horas entre Israel e as facções palestinas, que entrou em vigor no dia 5 de agosto, deve continuar", disse em um comunicado o coordenador de Operações Humanitárias da ONU na Faixa de Gaza, James Rawley.
"Devemos aumentar rapidamente a magnitude de nossa intervenção humanitária para atender às necessidades da população de Gaza, agora e a longo prazo. Mas, para isso, precisamos uma trégua duradoura", ressaltou.
A trégua de 72 horas que pôs fim a quase um mês de conflito entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza, onde 1.886 palestinos morreram, expira na sexta-feira às 5h da manhã (2h de Brasília).
A tensão aumentava nesta quinta à noite, devido a temores de que as hostilidades sejam retomadas. Cerca de 520.000 palestinos que tinham fugido de casa voltaram para seus lares. No entanto, mais de 65.000 pessoas permanecem deslocadas, de acordo com o comunicado da ONU.
Durante os últimos dois dias, equipes humanitárias distribuíram alimentos para "centenas de milhares de pessoas", ressaltou Rawley. Além disso, estão sendo realizadas obras para reparar a rede de água e esgoto, acrescentou.
“NÃO TENHO CERTEZA DE QUE A BATALHA TERMINOU”, DIZ NETANYAHU
Em entrevista à rede de TV americana Fox News, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que o Estado de Israel “não tem nada contra a população de Gaza, e quer ajudá-la a se livrar da tirania do Hamas”.
— Não tenho certeza de que a batalha terminou. Acho que reduzimos siginificativamente as capaicdades operacionais do Hamas — afirmou o primeiro-ministro, sinalizando que ainda é possíveis que túneis subterrâneos estejam sendo usados pelo grupo palestino. — Tudo depende da vontade de continuar esta batalha. Acho que deveríamos buscar uma solução pacífica, caso seja possível.
Um mês depois do início da Operação Limite Protetor, a ofensiva israelense deixou uma saldo de mais de 1.800 palestinos mortos, entre eles 4.300 crianças e adolescentes, segundo o Ministério palestino da Saúde. Segundo a Unicef, 73% das vítimas eram civis.
— Esses números são cruéis, mas nossa intenção não é matar civis. Israel atua da seguinte maneira: atacamos os combatentes, e matamos civis acidentalmente. Os terroristas fazem exatamente o inverso.
SITE AL-MAJD AFIRMA QUE HAMAS EXECUTOU PALESTINOS
Fontes ligadas ao Hamas afirmaram nesta quinta-feira que o grupo executou vários palestinos suspeitos de ajudar as forças israelenses durante a guerra de um mês em Gaza.
"Os espiões foram executados depois de serem pegos informando sobre o paradeiro da resistência ou interrompendo o trabalho dos homens da resistência, e desarmando emboscadas preparadas contra o inimigo", afirmou Al-Majd, um site pró-Hamas, citando um integrante dos serviços de segurança do grupo islâmico.
A fonte não deu mais detalhes sobre o número de pessoas executadas.