Ocupação da Rocinha.
A ocupação da favela da Rocinha que vai ocorrer neste domingo irá contar com 18 blindados da Marinha --um a menos que na tomada do Complexo do Alemão, em novembro do ano passado.
Policiais do Batalhão de Choque da Policia Militar realizaram cerco a acesso da favela da Rocinha nesta sexta.
Os veículos já estão à disposição do governo carioca e darão apoio logístico a tropa, levando policiais para dentro da favela. No entanto, o cerco será feito pelos policiais.
Além dos blindados, a Marinha cedeu 19 oficiais e 175 fuzileiros navais para cuidar do transporte dos veículos e dos policiais.
A Força Aérea irá participar da ocupação com o fechamento do espaço aéreo. Das 0h às 16h de domingo fica proibida a circulação de aeronaves nas proximidades da favela, em uma área de 2,8 quilômetros de raio e 900 metros de altitude.
O Hospital Miguel Couto, na Gávea, vizinho à Rocinha, também reforçou o plantão neste fim de semana. A direção irá separar uma sala para receber os possíveis feridos na ocupação, que deve começar neste domingo de madrugada.
A partir das 9h uma van da Defensoria Pública do Rio irá prestar assessoria jurídica e ouvir denúncias dos moradores no acesso principal da comunidade. A ação pretende inibir abusos da polícia.
UPP
A UPP da Rocinha será a 19ª do Rio. A favela é uma das maiores do Rio, e sua pacificação é considerada chave para a política de segurança da gestão de Sérgio Cabral (PMDB). A medida acontece após a prisão de Nem, apontado como chefe do tráfico na favela.
PRISÃO
Nem estava no porta-malas de um Toyota Corolla, que foi parado pela polícia a poucos quilômetros da favela. Segundo os policiais que participaram da prisão, eles suspeitaram do veículo porque a suspensão estava baixa --indicando alguma carga no porta-malas.
O traficante portava cerca de R$ 180 mil no momento em que foi preso. O dinheiro estava dividido em notas de real (59.900) e de euro (50.500 ou R$ 120 mil).
INVESTIGAÇÃO
A cúpula da Segurança do Rio investiga se um delegado ajudou na tentativa de fuga do chefe do tráfico da Rocinha. O governo quer saber quem seriam os policiais que, segundo Nem disse em depoimento informal à Polícia Federal, recebiam propina de cerca de R$ 500 mil por mês.
"Espero que essa pessoa revele o que ela sabe tanto em relação a desvios de conduta de agentes públicos, quanto na arquitetura do tráfico", disse o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame.