Publicada em 25 de Março de 2015 �s 16h42
O espanhol Frederic Barnet Mullera, atualmente, com 74 anos, iniciou uma aventura de conhecer o mundo pedalando, em setembro de 2011, após se aposentar. Para ele a aposentadoria como chef de cozinha foi apenas o início de uma nova fase da sua vida. Ele adquiriu uma bicicleta, se despediu da família e resolveu dar uma volta ao mundo. Em Teresina desde a última segunda-feira (23), onde está hospedado no Corpo de Bombeiros, ele mal chegou e já planeja o seu próximo destino.
Segundo suas anotações, Frederic já está viajando há 1.165 dias e rodou cerca de 70.752 quilômetros, mas ainda há muito caminho pela frente.
A curiosidade desperta sonhos e move as pessoas; e foi justamente esse desejo que fez Frederic deixar a sua família para viver uma grande aventura sobre rodas. “Quando eu me aposentei eu percebi que queria ver mais do mundo, viver mais. A vida não havia acabado ali para mim. Então, pensei que devia fazer algo para mim. Comprei uma bicicleta e decidi dar a volta ao mundo para ver as pessoas, conhecer as culturas, as línguas, os hábitos, os costumes, as famílias”, conta.
Após ter passado por 55 países, o viajante afirma que todas as pessoas, em todos os lugares são boas. “Eu queria ver a realidade das coisas, das pessoas, como vivem, se são tão boas ou tão más como dizem. E comprovei que todas as pessoas do mundo todo são boas. Todas elas amam sua família, a tranquilidade, desejam felicidade. Já visitei 55 países entre Europa, Oriente Médio e agora América”, relata.
O aventureiro tem esposa e dois filhos. Durante as férias de verão, a família do chef de cozinha vai visitá-lo, na cidade onde ele estiver e passam um mês juntos.
Roteiro da viagem A viagem de Frederic Barnet não possui um roteiro engessado, pois depende totalmente das circunstâncias do local. “Eu queria passar pelo continente europeu, Oriente Médio e Ásia, mas o Irã e o Paquistão estavam em guerra e fecharam as fronteiras, então em vez de ir à Ásia pela Europa, decidi primeiro vir para América. O período que passo em uma cidade depende do tempo, das circunstâncias das pessoas... Tem cidades que eu passei uma semana, outras que passei cinco horas”, relembra.
Depois de Teresina, o viajante já estabeleceu os próximos trajetos. “A próxima cidade será Fortaleza, de lá passarei pelo litoral brasileiro até Salvador, de lá vou a Brasília, Rio de janeiro, São Paulo de lá para o Paraguai. Entrarei de novo no Brasil e irei para o Uruguai, Argentina e o litoral argentino”, disse Frederic Barnet.
Abrigo Uma de suas preocupações é encontrar um lugar seguro para se abrigar, por isso, ele busca o Corpo de Bombeiros, como aqui em Teresina, ou a Polícia Militar. “Quando estou em alguma cidade, vou ao Corpo de Bombeiros para dormir ou a algum lugar seguro, em todas as partes do mundo os bombeiros ajudam as pessoas. Se não, vou à Polícia Militar, aqui no Brasil. Às vezes, quando não há outra coisa, procuro um lugar seguro onde não roubem a minha bicicleta, um lugar que seja seguro e vigiado. Às vezes fico em postos de gasolina mas sempre pergunto se é seguro e se é possível dormir. Na Europa e no Oriente Médio eu dormia em uma barraca de camping, no campo, mas, quando eu cheguei na América, as autoridades me disseram que não era seguro”, conta.
O tempo que a viagem durará ainda é incerto, mas a expectativa é de que seja dez a doze anos. “É muito difícil fazer uma previsão de quando eu vou terminar. Quando comecei, achei que concluiria a viajem em dois anos, mas já estou com três anos e meio e não vi quase nada! Penso em dez ou doze anos a mais... Há tantas coisas para ver... Não vou pelo mundo como numa linha reta. Quando estou num país, procuro ver o máximo de coisas possíveis para conhecer. Quando estou em uma cidade, por exemplo, eu estava em São Luís e me disseram que eu deveria passar por aqui, então, quando alguém me explica as coisas, eu visito. Tenho que aproveitar já que estou no Brasil”, finaliza.