Uma acionista do Facebook abriu um processo contra a maior companhia mundial de redes sociais em função dos problemas em sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), e quer que o CEO, Mark Zuckerberg, os membros do conselho e outros executivos da companhia restituam dinheiro a ela.
O processo de Gaye Jones alega que o conselho a empresa sabia que o Facebook não havia revelado tendências de queda no faturamento relacionadas ao uso de aparelhos móveis para acesso ao site por uma proporção maior de seus usuários
A queixa alega que as informações quanto a isso foram divulgadas de maneira seletiva aos bancos envolvidos na organização da oferta de a alguns investidores cruciais.
O processo solicita que os membros do conselho e os demais acusados restituam o dinheiro que ganharam com a venda de ações na oferta pública inicial, que o queixoso alega ter sido realizada por valor superestimado.
"Os acusados enriqueceram indevidamente porque realizaram enormes lucros e benefícios financeiros com a oferta pública inicial a despeito de estarem informados sobre as perspectivas diminuídas de faturamento e lucro da empresa, que não foram reveladas publicamente aos investidores", afirma a petição do queixoso.
As ações do Facebook caíram de US$ 38, no dia de sua muito aguardada oferta pública inicial, para cerca de US$ 25 em um mês. Na segunda-feira, elas fecharam cotadas a US$ 27,72 na Nasdaq, com queda de US% 0,06.
Pouco depois da oferta pública inicial, em maio de 2012, caracterizada também por problemas técnicos na bolsa Nasdaq, mais de 50 processos de investidores foram abertos. Uma proposta de consolidá-los como ação coletiva está sendo julgada em um tribunal federal em Nova York.
O processo de Jones é derivativo, o que significa que o acionista está agindo em benefício da companhia e qualquer dinheiro que Zuckerberg e os demais acusados sejam forçados a restituir caberia ao Facebook e não aos acionistas.
Quatro casos derivativos anteriores foram recusados no mês passado, em parte porque Robert Sweet, o juiz federal encarregado do caso em Manhattan, constatou que os acionistas não detinham ações da empresa quando o suposto delito foi cometido, antes da oferta pública inicial.
Sweet declarou, ao descartar os quatro processos, que o Facebook havia "feito repetidos, explícitos e extensos" alertas sobre o uso ampliado de aplicações móveis. Ao contrário dos queixosos anteriores, Jones detinha ações do Facebook desde fevereiro de 2012.