SÃO PAULO — O anúncio da eleição do deputado estadual Pedro Tobias para presidente do Diretório Estadual do PSDB de São Paulo neste domingo foi transformado em ato pelo lançamento da candidatura do governador Geraldo Alckmin a presidente da República em 2018. Tobias, que é ligado a Alckmin, disse que o Brasil está doente, atacado pela corrupção, e que precisa de "um médico para salvá-lo". Alckmin é médico anestesista.
— O governador, como médico, gosta de gente. Esse é o nosso governador, que cuida de São Paulo. O país precisa de um médico, porque está doente, corrompido — disse Tobias, ao ser escolhido presidente do Diretório Estadual do PSDB. Para ele, o país quer "Geraldo presidente". Tobias vai comandar o partido em São Paulo nos próximos dois anos.
Presente ao evento, Alckmin fez discurso em defesa de seus programas de governo e atacou o PT, criticando os escândalos de corrupção e o desempenho da economia, dando sinais claros de que pretende disputar a vaga de candidato a presidente com o senador Aécio Neves (PSDB-MG). No ano passado, Aécio disputou a presidência contra Dilma Rousseff e perdeu por pequena margem de votos.
— A política se exerce essencialmente com ética. O PT pode ser tudo, menos um partido político, porque um partido político se faz com ética — disse Alckmin.
O governador afirmou também estar triste com o atual quadro econômico.
— Não é possível pagar com o futuro do Brasil as contas dos malfeitos da última década — disse Alckmin.
Perguntado se sua candidatura a presidente em 2018 era uma possibilidade, Alckmin desconversou.
— Agora é hora de trabalhar. Fazer o melhor governo da história, enfrentar esse momento difícil que o país está atravessando — disse Alckmin.
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Também presente à convenção, realizada na Assembleia Legislativa de São Paulo, o senador José Serra disse que "não há a mais remota hipótese" dele disputar a prefeitura de São Paulo no ano que vem. Quando foi perguntado se cogitava, então, disputar a presidência da República em 2018, o senador foi reticente.
— O que nós percorremos até agora, não chegou a um oitavo do nosso mandato — disse Serra, ao se referir ao mandato de senador, cargo para o qual se elegeu no ano passado.
A escolha de Pedro Tobias para presidente estadual do PSDB teve o empenho pessoal de Alckmin. Ele não queria que a disputa para o diretório estadual repetisse o desentendimento acontecido na escolha do presidente do Diretório Municipal, Mário Covas Neto, o Zuzinha. Por isso, o único adversário de Pedro Tobias, Evandro Losacco, desistiu da disputa e aceitou ficar com uma das vice-presidências do diretório estadual. Bruno Covas, neto do ex-governador Mário Covas, ficou com o cargo de secretário-geral e Marcos Monteiro, secretário de Planejamento de Alckmin, foi aclamado como tesoureiro.