No Piauí, 105 municípios estão débito com a tarifa de energia. São mais de 30 milhões em dívidas. O dinheiro poderia ser investido em melhorias no sistema elétrico e que faz falta na hora que a distribuidora precisa pagar pela energia que compra para distribuir aos consumidores.
Em Curralinhos, por exemplo, a falta luz na sede da prefeitura, secretarias e praças. A conta de energia já não é paga há 12 anos e a dívida de R$ 3 milhões é cerca de 10 vezes o Fundo de Participação que o município recebe a cada mês para se manter e investir.
Na cidade, só tem luz no posto de saúde e na creche, por serem considerados serviços essenciais e mesmo assim graças ao improviso. Desde que a creche foi inaugurada, a distribuidora nunca fez a ligação elétrica por conta dos débitos da prefeitura e a energia funciona por causa da ligação clandestina de um vizinho.
Sai da casa montador de móveis Luis Gonzaga Alves o cabo que fornece a energia para a creche. “Para funcionar a gente tem que fornecer. Não podemos deixar as crianças na mão por causa de problema da prefeitura”, comentou.
O prefeito de Curralinhos, Alcides Oliveira, contou ter tentado negociar o débito atual com a Eletrobras, pois o valor total não seria possível para os cofres municipais.
“Não daria, são R$ 37 mil por mês, e a prefeitura não tem condição de pagar. Minha proposta foi pagar da minha gestão para frente, mas eles não aceitaram”, declarou o prefeito.
Para o gerente de faturamento da Eletrobras, Gileno Pontes, destacou que o débito é um dinheiro que a empresa poderia estar investindo na melhoria do sistema elétrico. "Esse valor faz falta no investimento necessários. É preciso que nós recebe esta receita", disse.