O dia 19 de outubro, quando é comemorado o Dia do Piauí, reacende a memória de quem, por algum motivo, precisou deixar o estado natal para viver em outras terras. Nos relatos de quem foi embora está a saudade da família, do calor, da culinária, da música, da sensação de estar em casa.
A atendente de call center Jacianny Araújo, chegou a sair do Piauí para viver em Brasília, no Maranhão e no Amazonas, mas a saudade do filho João e até mesmo do clima piauiense a fizeram voltar para casa.
"Começou a bater saudade do João e o clima lá é um pouco diferente. É quente, mas chove todos os dias. Era bom, o sonho de qualquer teresinense, mas também te impede de sair, de passear. Aqui é tudo muito perto, acolhedor", disse.
O professor Herundino Ribeiro nasceu em Capitão de Campos, mas atualmente mora em Boa Vista, capital de Roraima. Para matar a saudade do Piauí, ele conta que tem um arquivo de livros, CDs e outros artigos sobre a terra querida.
"Há 12 anos, tenho um programa de rádio chamado 'Baião de Dois', com blocos de Luiz Gonzaga, cordel, poesia de viola e outros bons nordestinos onde divulgo a música de artistas piauienses", contou.
Na música, a representatividade piauiense em outros estados é feita por artistas como Luiz Arcanjo, que vive em Salvador, na Bahia. Ele toca sanfona e canta dentro dos ônibus da capital baiana, mas sempre que pode visita sua amada Paulistana.
"A felicidade pra mim é grande porque estou chegando de Salvador-BA aqui no meu Piauí, minha terra querida, Paulistana-PI. Aqui eu nasci, e quando eu sentir que as cortinas da minha vida estão se fechando, na minha terra eu quero entregar meu corpo pra terra e meu espírito pra Deus", declarou.
Distante do calor, na fria cidade de Curitiba-PR, a piauiense Laiane Cabral destaca que a saudade do Piauí aumentou durante a pandemia. Quando os voos foram liberados, ela veio visitar a família e permaneceu por mais tempo porque os pais contraíram a Covid-19.
"Minhas preces diárias, a prece de todo mundo que está longe de casa, de estar presente nos momentos de maior dificuldade foram ouvidas e eu pude conviver com a doença, que eu não esperava, como pude passar mais tempo em casa", afirmou.
Tereza Santos saiu de Ilha Grande para buscar oportunidades de emprego em Curitiba. Após um tempo no Paraná, ela decidiu retornar ao Piauí, e diz que a felicidade dela está aqui.
"Quando você chega lá é muito mais difícil do que aqui. Eu retornei pra cá, vim passar as férias e fiquei. Minha mãe teve problemas de saúde, me senti no direito de cuidar dela já que ela cuidou de mim e meus irmãos. Voltei e fiquei morando com minha mãe", disse.