As duas passageiras do voo Madri-São Paulo que sofreu uma forte turbulência na madrugada desta segunda-feira (2) estão com fratura, uma delas na coluna e a outra, na clavícula, segundo informou o chefe de equipe do Instituto Dr. José Frota (IJF), Fernando Delgado, no fim da tarde. A colombiana de 32 anos e a peruana de 52 anos continuam internadas em Fortaleza.
De acordo com o IJF, além da fratura na coluna, a colombiana está com uma luxação no cotovelo. Já a peruana está com uma fratura na clavícula. As duas passageiras foram transferidas no fim da tarde para o Hospital São Carlos, no Bairro Dionísio Torres.
As duas pacientes fazem parte dos 12 passageiros feridos durante a turbulência do voo Madri-São Paulo/Guarulhos. A aeronove fez um pouso de emergência no Aeroporto Internacional de Fortaleza, à 1h36. Os feridos foram encaminhados para atendimento de emergência.
Por volta das 14h30, o voo reserva JJ9362 decolou o aeroporto de Fortaleza com destino ao aeroporto de Cumbica, em São Paulo, levando exclusivamente as pessoas que estavam na aeronave que fez o pouso de emergência na capital cearense.
A TAM informou que o voo levou 121 passageiros e 16 tripulantes. Ainda de acordo com a companhia aérea, com exceção das duas passageiras internadas, 47 dos 168 passageiros tinham como destino final Fortaleza ou tomaram um voo regular para cidades próximas à capital cearense.
Passageiros
Um dos passageiros que estavam no voo Madri-São Paulo fez fotos do teto do interior da aeronave danificado após uma pessoa ser arremessada para o alto e de uma mulher sendo atendida no chão. O programador Ricardo Pontes disse que algumas pessoas foram arremessadas nas paredes da aeronave. “A turbulência não estava prevista no radar. Não houve tempo de acionar [a luz dos] cintos”, disse Pontes.
Segundo o programador, que fotografou partes da aeronave, vários danos foram ocasionados. “Eu estava sentado na parte de trás do avião, no corredor. Houve muita gritaria”, contou ele, afirmando ainda que o susto foi causado pelos primeiros 15 segundos de turbulência “inesperada”, com fortes solavancos. “Uma mulher estrangeira estava de pé, na fila do banheiro. Ela caiu e quebrou a clavícula”, disse ele, que também fotografou o atendimento à mulher.
O advogado gaúcho Gustavo Prates, que também estava no voo, afirmou que, durante a turbulência, muitos passageiros estavam dormindo. Pelo fato de não estarem com cinto, alguns se machucaram ao bater a cabeça no teto do avião. (veja vídeo acima)
"Era 0h15, horário brasileiro, quando voltávamos de Madri (Espanha). De repente, o avião deu uma baixada e um golpe para cima, como se ele tivesse empinando. Muitos passageiros estavam sem cinto, dormindo e foram projetados contra o teto do avião. Uns bateram a cabeça, outros, o ombro. Um conhecido meu que estava na parte da frente foi jogado para cima e caiu no corredor do avião", contou.
Outros casos
Em maio de 2009, em um outro voo da TAM que fazia o trajeto Miami-São Paulo uma forte turbulência deixou 21 pessoas feridas. O avião, um Airbus A-330, transportava 154 passageiros. Os passageiros passaram por momentos de pânico antes de aterrissarem no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo.
Em janeiro de 2012, um avião da companhia American Airlines que partiu de Salvador (BA), fez escala no Aeroporto Internacional dos Guararapes, no Recife, e pousou na cidade de Miami, nos Estados Unidos, passou por forte turbulência durante o voo. Segundo a American Airlines, três comissários de bordo ficaram feridos. Nenhum passageiro se machucou na ocasião.