O assessor especial da Presidência da República para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, afirmou nesta segunda-feira (02) que o governo brasileiro não fez nenhuma pressão sobre os demais países para que a Venezuela fosse incluída no Mercosul.
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"Isso não corresponde ao estilo da política externa brasileira e menos ainda da presidenta Dilma", afirmou.
A declaração é feita após uma manifestação do governo do Uruguai, de que seu país não esteve de acordo com a forma como foi decidida a entrada da Venezuela no Mercosul na cúpula realizada em Mendoza, na Argentina.
Na manifestação, o governo uruguaio diz que não "foi dada a última palavra" sobre esse processo, que será revisado "judicialmente".
"Nada é definitivo", e "se todo mundo tivesse tido certeza, a Venezuela teria entrado na sexta-feira em Mendoza. Por alguma razão os países definiram o prazo até 31 de julho", afirmou o ministro das Relações Exteriores uruguaio, Luis Almagro.
De acordo com Marco Aurélio Garcia, a decisão de incluir a Venezuela no Mercosul foi proposta pelo presidente do Uruguai, José Mujica, e acatada pelos demais países.
"Foi uma decisão unânime e uma decisão que refletiu um consenso político. Portanto, não corresponde a tese de que nós teríamos feito algum tipo de pressão sobre qualquer governo. O Brasil não faz isso em relação a nenhum governo e menos ainda o faria em relação a governos com os quais nós temos uma associação tão íntima, [...] como os governos do Uruguai e da Argentina", afirmou Marco Aurélio.
VENEZUELA
O assessor especial Marco Aurélio Garcia informou ainda que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, decidiu manter o abastecimento de combustíveis para o Paraguai. Com isso, não haveria suspensão do envio de petróleo para aquele país. "Nós apreciamos muito essa decisão", completou Marco Aurélio.